11.3.13

Bancos e política dão raia

Por Joaquim Letria
NÓS, PORTUGUESES de má pinta, metemo-nos no negócio da banca e agora podendo todos gabar-nos que somos banqueiros, assobiamos às botas das nossas economias, enterradas no BPN, na Caixa Micaelense, na Caixa Madeirense, no BANIF e no BPP e palpita-nos que não tarda nada e metem-nos também na Caixa Geral de Depósitos e mais um bocadinho no BCP. Melhor que nós só o Joe Berardo, o Oliveira Costa e o sobrinho do Isaltino, que é taxista mas faz excelentes depósitos na Suiça.
Esta coisa de meter dinheiro nos bancos dá mau resultado. Em Espanha e na Alemanha já se viu que mais vale jogar no euromilhões ou mesmo fazer a raspadinha do Santana Lopes.A Espanha, por via disso, recebeu 40 mil milhões de euros para ajudar os seus bancos em dificuldades.A maior parte destes bancos espanhóis é composta por caixas económicas regionais, muito chegadas aos partidos que mandam nas regiões autónomas.
Os 40 mil milhões de euros que foram para os bancos espanhóis também foram acompanhados por um memorando de entendimento, que hoje em dia ninguém empresta dinheiro a ninguém sem esses memorandos que são muito parecidos – diz quem já os leu –com as letrinhas mais miúdas das apólices de seguros. Em Espanha, os partidos indicaram muitos gestores incompetentes (e alguns parece que também corruptos) e muitos projectos económicos deram com os burrinhos na água.
Também na Alemanha há caixas regionais públicas ligadas aos governos dos estados que não primam pela boa gestão. Dizem que estão carregadinhas de “activos tóxicos”,olhem para a Renânia-Westfália!
Por estas e por outras é que a sra. Merkel se opõe a que o Banco Central Europeu, apesar de lá ter a doçura do Dr. Constâncio, supervisione essas caixas da zona euro. A Angelita sabe bem que misturar bancos na política dá quase sempre raia. Foi coisa que o Kholl não se cansou de lhe repetir…

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