Do cristal-pedra de Teofrasto à física do estado sólido
Por A. M. Galopim de Carvalho
DA ANTIGUIDADE AOS FINAIS DO SÉCULO XVIII
ARISTÓTELES (384-322 a. C.) chamava cristal ao gelo (krystallos,
em grego) e é sabido que, desde então e até ao século XVIII, se acreditou que
os cristais de quartzo hialino, isto é, o incolor e transparente, eram
ocorrências de água no estado sólido, num grau de congelação tão intenso que
era impossível fazê-los voltar ao estado líquido. E foi assim, sob este nome,
que a variedade hialina de quartzo passou aos domínios da alquimia, primeiro, e
da mineralogia, depois.
Theofrasto (372-287 a. C.) distinguia o cristal-água (o gelo) do cristal-pedra
(o quartzo hialino). Os romanos mantiveram este entendimento, latinizando o
nome para cristallus, como se pode ler num dos 38 volumes da “História
Natural”, de Plínio, o Velho, (23-79 d. C.). (...)
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