Que alívio, já há oportunismo!
Por Ferreira Fernandes
NO VERÃO passado, Passos Coelho disse: "Que se lixem as eleições, o que o interessa é Portugal." Cada um tem a sua própria ideia de Portugal e nessa matéria pensamos como para tudo o resto: não venham cá com os vossos factos que eu tenho as minhas ideias... Por isso as eleições são úteis, obrigam cada cabecinha política a adaptar-se ao que a maioria pensa. Passos dizer - ele, que já sabia no verão passado que não estava a fazer o que prometera nas eleições anteriores - que se estava a lixar para as eleições seguintes significava dar-se todo um mandato para fazer o que lhe der na real gana. Indiferente aos votos de antes e indiferente ao que os votos lhe diriam depois. Para um político em democracia era liberdade a mais. Até os seus correligionários começaram a espernear contra tanta indiferença para com a vontade geral. A PSD Berta Cabral demarcou-se. ("Alguém acha que me pareço com o dr. Passos Coelho?") O aliado Paulo Portas opôs-se publicamente à taxa das pensões. E, agora, o vice-presidente da bancada do PSD Carlos Abreu Amorim correu com Gaspar ("o tempo político dele terminou"). Talvez tudo oportunismo, Cabral e Amorim falaram como candidatos a eleições e Portas não quer que o CDS seja arrastado no desastre das autárquicas. Seja, mas é bom sinal. Respeito pelo voto nem que seja por medo é bom. Mau é a indiferença dos iluminados (e não estou a falar do básico Passo Coelho, mas do seu guru coisíssima nenhuma).
«DN» de 12 Mai 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
Passos nem o resto da companhia manda coisa alguma, quem manda são os credores, para Passos mandar teria que ter alguma ideia de como consertar a economia, protegendo os interesses do país (mas isso não foi feito por nenhum dos governantes pós-25 de abril, uns mais irresponsáveis que outros, e havia o FMI para consertar-lhes a estroinice), assim é a fórmula estrangeira que se aplica, destruir que a fénix renascerá.
Enviar um comentário
<< Home