8.6.13

Chuva e desnorte

Por Antunes Ferreira
NÃO HÁ SEMANA que este (des)Governo não tenha um protesto quando algum dos seus membros se prepara para uma intervenção pública. Mário Soares – que dá a ideia de “eternidade”… - apontou recentemente esse facto que comprova o estado a que chegou este (des)Executivo. Ora hoje é um ministro, amanhã um secretário de Estado, depois mais outro e volta ao mesmo e assim sucessivamente parece um vira minhoto, ameaçando que o desvario (des)governamental não ter fim à vista e nem sequer sabe morrer na praia.
A semana, aliás, tem sido fértil em acontecimentos encadeados uns nos outros a comprovar o que é evidente: os que infelizmente nos (des)governam já nem se sabem (des)governar a si próprios. Gaspar esforça-se denodadamente para justificar o cada vez maior desatino dos seus comparsas da fita que interpretam mais do que mal, pessimamente. Parece um bandido da quadrilha dos 40 ladrões a quem o Ali Babá trocou as voltas e ficou com o tesouro que se encontrava fechado na gruta.
Dispenso aqui os que me leem de me aturar contando de ponta a ponta o conto lendário do “abre-te Sésamo”, das arcas cheias de ouro e joias, da criada Frahazade que foi figura importante  no que aconteceu, no irmão do herói, Kassim, do azeite que fervia deitado nos 40 odres onde se escondiam os correspondentes crápulas e finalmente o desejado Happy end com o casamento do Ali Babá com a Frahazade.
Gaspar este portanto no seu melhor, ops, queria dizer pior (???), quando  justificou na passada sexta-feira que “o investimento” previsto para o início deste ano foi “adversamente afetado pelas condições meteorológicas”, afirmação que motivou uma chuva de críticas. “A grave situação do país é justificada pelo mau tempo”, ironizou Honório Novo, deputado comunista.
Entrementes, a greve dos professores aos exames constituiu e constitui e constituirá um berbicacho de tal tamanho que o Palhaço de Belém tornou a abrir a boca criticando a posição dos sindicatos, pelo que saiu uma outra vez uma asneira, sem entrar mosca, compreensível precaução insecto que nem entrou na cloaca do homem com receio de se ver envenenada. De resto com pertinência e muitíssima razão.
De resto e enquanto a Fenprof se está nas tintas para o apelo do Coelho que lhe disse que ausência aos exames podia ser substituída por «… uma greve geral que foi marcada para o fim do mês. As razões que possam assistir aos sindicatos podem perfeitamente passar para essa greve geral e não para uma greve que tenderá a penalizar sobretudo os estudantes e as suas famílias»… Não se haverá por este Mundo uma tal situação: um primeiro ministro a sugerir aos sindicatos que passassem a greve aos examos por uma greve geral.
Atingiu-se assim o pico do destempero, da confusão, do descontrole dos gajos que nos (des)governam. Espalham-se tanto que cada vez mais se torna imperioso que mudem e no caso presente e imediato para o meio da rua. Não há mais nenhuma saída? Há. Se, perante uma situação  como esta impossível de criticar e sobretudo de atura, só um tiro porá fim a esta cambada. Um? Não, vários. E a rematar aqui vos deixo a estranha conjugação do futuro do verbo fazer de acordo com o Palhaço: fiz, faço e façarei. Um mimo

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