7.6.13

Homenagem às melhores mamas

Por Ferreira Fernandes
HÁ PARES de mamas que são para escutar e não para olhar. Às vezes há armas que não são entendidas pelo outro lado. José Estaline, por exemplo, quando lhe falavam da força da Igreja Católica, perguntava chocarreiro: "Ah, o Papa! Quantas divisões de tanques tem ele?" Anos depois, o ditador deve ter dado algumas voltas no sarcófago quando soube o que um papa polaco fez às fronteiras soviéticas... Assim também tem sido desprezada a força das Femen, feministas que dão o corpo ao manifesto. Começou por ser um grupo de ucranianas aproveitando o Europeu de futebol no seu país, em 2012, para denunciar o turismo sexual. Ao que elas fazem, chamam sex-extremismo, promovendo ações aparentadas à não-violência de Gandhi, mas mais estéticas (contradigo-me aqui, um pouco, com a primeira frase desta crónica, mas não sou um anjo): o extremismo das Femen é o topless. Destapando as mamas, delas, e a careca, deles. O movimento internacionalizou-se com manifestações, de Paris a Berlim. Ah, pois, só garganta (enfim, peitos), mas eu queria era ver-vos a fazer isso entre islâmicos assanhados... Pois, está feito! Na Tunísia (onde a primavera árabe tenta reeducar as mulheres no que foi, antes, um país liberal), a adolescente Amina fotografou-se no Facebook de mamas ao léu. Processo. Duas francesas e uma alemã, da Femen, embarcaram para Tunes e, frente ao tribunal, mostraram as mamas. Olhei para elas e ouvi um grito de liberdade e de coragem. 
«DN» de 7 Jun 13

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