Homenagem às melhores mamas
Por Ferreira Fernandes
HÁ PARES de mamas que são para escutar e não para olhar. Às vezes há armas
que não são entendidas pelo outro lado. José Estaline, por exemplo,
quando lhe falavam da força da Igreja Católica, perguntava chocarreiro:
"Ah, o Papa! Quantas divisões de tanques tem ele?" Anos depois, o
ditador deve ter dado algumas voltas no sarcófago quando soube o que um
papa polaco fez às fronteiras soviéticas... Assim também tem sido
desprezada a força das Femen, feministas que dão o corpo ao manifesto.
Começou por ser um grupo de ucranianas aproveitando o Europeu de futebol
no seu país, em 2012, para denunciar o turismo sexual. Ao que elas
fazem, chamam sex-extremismo, promovendo ações aparentadas à
não-violência de Gandhi, mas mais estéticas (contradigo-me aqui, um
pouco, com a primeira frase desta crónica, mas não sou um anjo): o
extremismo das Femen é o topless. Destapando as mamas, delas, e a
careca, deles. O movimento internacionalizou-se com manifestações, de
Paris a Berlim. Ah, pois, só garganta (enfim, peitos), mas eu queria era
ver-vos a fazer isso entre islâmicos assanhados... Pois, está feito! Na
Tunísia (onde a primavera árabe tenta reeducar as mulheres no que foi,
antes, um país liberal), a adolescente Amina fotografou-se no Facebook
de mamas ao léu. Processo. Duas francesas e uma alemã, da Femen,
embarcaram para Tunes e, frente ao tribunal, mostraram as mamas. Olhei
para elas e ouvi um grito de liberdade e de coragem.
«DN» de 7 Jun 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
vê curto!
Enviar um comentário
<< Home