À maneira do doutor Chavetas
Por Ferreira Fernandes
CAVACO
tinha duas hipóteses:
ou a) deixava isto continuar, ou b) não deixava.
Se a):
ou a.1) o Governo ficava como está e acabava em breve
ou a.2) não
ficava.
Se a.2):
ou a.2.1) o Governo era apoiado pelo PS e acabava em
breve,
ou a.2.2) o Governo era presidencial.
Se a.2.2):
ou a.2.2.1) o
primeiro-ministro era partidário e caía em breve,
ou a.2.2.2) era um
Mario Monti e em breve caía.
Partindo do ponto a), todas as hipóteses
falhariam a curto prazo: na base, o desapoio é geral; no topo, a
desconfiança dos líderes é recíproca. A brevidade das hipóteses
dependeria de quanto aguentaríamos como zombies, mas o andamento seria
de mortos-vivos, ponto.
À hipótese a) chamei ontem "o aval esperado",
dado por Cavaco à imobilidade da situação política. Cavaco não resolve,
adia, esperando que a inação lhe proteja a imagem. Que entre as suas
hipóteses esteja uma obviedade, que eu tinha avançado aqui logo no dia
seguinte às eleições de 2011 - responsabilizar o PSD, o PS e o CDS no
Governo - agora interessa pouco, porque é tarde. Por outro lado, são
espúrias as nomeações à Big Brother (quem entra no Governo mais famoso
de Portugal? Peneda? Rio?...)
Anteontem, o menor dos males era b),
Cavaco devolvendo ao eleitor a vez de decidir.
A hipótese a) e derivadas
eram filhotes de Cavaco e, portanto, más, como ontem expliquei. Fui à
imagem real: ele, de copo ao lado, não oferece nada a quem o visita.
Para quem prefere chavetas, repito-me, hoje.
«DN» de 12 Jul 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
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