12.7.13

À maneira do doutor Chavetas

Por Ferreira Fernandes
CAVACO tinha duas hipóteses: 
ou a) deixava isto continuar, ou b) não deixava. 
Se a): 
ou a.1) o Governo ficava como está e acabava em breve 
ou a.2) não ficava. 
Se a.2): 
ou a.2.1) o Governo era apoiado pelo PS e acabava em breve, 
ou a.2.2) o Governo era presidencial. 
Se a.2.2): 
ou a.2.2.1) o primeiro-ministro era partidário e caía em breve, 
ou a.2.2.2) era um Mario Monti e em breve caía. 
Partindo do ponto a), todas as hipóteses falhariam a curto prazo: na base, o desapoio é geral; no topo, a desconfiança dos líderes é recíproca. A brevidade das hipóteses dependeria de quanto aguentaríamos como zombies, mas o andamento seria de mortos-vivos, ponto. 
À hipótese a) chamei ontem "o aval esperado", dado por Cavaco à imobilidade da situação política. Cavaco não resolve, adia, esperando que a inação lhe proteja a imagem. Que entre as suas hipóteses esteja uma obviedade, que eu tinha avançado aqui logo no dia seguinte às eleições de 2011 - responsabilizar o PSD, o PS e o CDS no Governo - agora interessa pouco, porque é tarde. Por outro lado, são espúrias as nomeações à Big Brother (quem entra no Governo mais famoso de Portugal? Peneda? Rio?...) 
Anteontem, o menor dos males era b), Cavaco devolvendo ao eleitor a vez de decidir. 
A hipótese a) e derivadas eram filhotes de Cavaco e, portanto, más, como ontem expliquei. Fui à imagem real: ele, de copo ao lado, não oferece nada a quem o visita. Para quem prefere chavetas, repito-me, hoje.
«DN» de 12 Jul 13

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