13.7.13

Saiba tudo sobre a proposta de Cavaco

Por Ferreira Fernandes
QUARTA-FEIRA, 10 de julho, pela tarde, havia um governo em Portugal. Havia então duas opiniões no País, ambas legítimas: era um governo com pernas para andar, diziam uns, era um governo que urgia que caísse, diziam outros. Como o governo tinha maioria e não pretendia demitir-se, o governo da tarde do dia 10 era para se manter. Com um porém: o PR tinha alguns poderes (e só ele os tinha) que lhe permitiam pôr uns pozinhos na engrenagem. E nessa noite o PR falou. Podia ter puxado o tapete ao governo, mas não o fez. Podia ter dado a bênção, e também não o fez. O que fez foi dizer "hakuna matata", que soa solene e, por ser em swahili, poucos entenderam. Eu entendi. Mas aquela noite trouxe um reboliço àquele governo que havia à tarde - um ex-futuro ministro voltou às cervejas e um promovido teve de voltar ao albergue das Necessidades... 
Hoje é sábado e estamos assim. Voltamos a falar no próximo sábado, 20, dez dias depois do começo da inquietação, está bem? Então, quando não houver governo PSD/CDS, com apoio do PS, nem governo presidenciável, mas, isso sim, o exatíssimo governo que havia na tarde de 10, eu digo-vos o que disse de importante o PR. Aliás, digo já. Nas savanas do sopé do Kilimanjaro, os pastores que passam horas em cima de uma só perna, sem fazer nada, antes de mudar para outra perna, dizem: "Hakuna matata." E depois passam mais horas sem fazer nada. Em português quer dizer: "Eu bem vos preveni."
«DN» de 13 Jul 13

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1 Comments:

Blogger Agostinho said...

E o ministro pastel de nata? Vai ou não vai embora?
Se for, não se esqueçam de lhe oferecer um salazar para o ajudar a explicar em Vâncover a arte da economia aplicada em pastelaria. E passem-lhe um certificado de competencias equivalentes para o patrão lhe dar mais uns dólares ao fim do mês.

13 de julho de 2013 às 20:29  

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