15.8.13

Coitadinhos dos camisas castanhas

Por Ferreira Fernandes
ACABO de receber, com 80 anos de atraso, uma carta. 
"Berlim, 14 de agosto de 1933. O marechal von Hindenburg deu ordem ao exército para desalojar as forças paramilitares SA. Estas, conhecidas como camisas castanhas, tinham acampado na praça berlinense Alexanderplatz, apoiando o seu líder, o ex-primeiro-ministro Adolfo Hitler, demitido e preso por von Hindenburg. As SA resistiram e os confrontos com as forças armadas causaram cerca de 300 mortos. As fotos da Reuters emocionaram as capitais ocidentais. O ministro dos Negócios Estrangeiros francês Louis Barthou pediu a reunião urgente da Sociedade das Nações. Em Washington, o secretário de Estado Cordell Hull criticou a violência do exército e lembrou que o sr. Hitler tinha sido eleito democraticamente. Em dezembro passado, Adolfo Hitler teve um terço dos votos e foi empossado chanceler. Depois, suspendeu a Constituição, proibiu os sindicatos, prendeu dezenas de milhares de pessoas, abriu o campo de Dachau e as SA perseguiram judeus nas ruas. Von Hindenburg convocou os jornalistas para se justificar com estas palavras estranhas: "Um dia levaram o meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. Mas, pensei melhor, e antes que me venham buscar e já não haja ninguém para me defender, decidi esmagar o nazismo no ovo."" - dizia a tal carta. 
Que coisa mais inventada! Felizmente o marechal von Hindenburg ficou quietinho na Alemanha de 1933. E, como se sabe, tudo correu depois pelo melhor.
«DN» de 15 Ago 13

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