15.8.13

O cónego Melo, a estátua e a desmemória

Por C. Barroco Esperança
O FUNERAL do cónego Eduardo Melo, da Sé de Braga, deu origem a uma importante concentração fúnebre. Uns foram para terem a certeza de que ficaram livres de uma testemunha incómoda, outros para prestarem homenagem ao homem que não hesitaria em defender a Igreja à bomba.
Não foi a devoção que o celebrizou, foi o poder que o tornou temido. A estátua que lhe erigiram não foi uma homenagem às ave-marias que rezou, às missas que disse ou à frequência com que sacava do breviário. Foi o pagamento de favores, das cumplicidades que teceu, do poder que tinha. Não era homem de andar de hissope em punho a aspergir beatas que arfavam à sua volta antes da Revolução de Abril, era um homem de ação. Do futebol à política. Do salazarismo ao MDLP. (...)
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