11.8.13

O mundo está mais esquisito que perigoso

Por Ferreira Fernandes
ASSALTANTES trapalhões dão filmes de sucesso. Eis um nicho de mercado a explorar pelos países trapalhões. Romenos decidiram assaltar um museu em Roterdão. Meteram-se na furgoneta e escreveram no GPS: "Museu". E lá foram para o primeiro da lista. Entraram no museu mas logo perceberam que havia um erro: não dava jeito roubarem um mamute. Saíram de mãos a abanar daquele museu, de História Natural, e partiram para outro. No museu Kunsthal viram que estavam no sítio certo, havia lá aquelas coisas, ai, como se chamam?, quadros, isso. E dos bons: isto é, com dois palmos de altura para caberem nos sacos que levavam. Roubaram sete e rumaram a furgoneta para a Roménia. Deram o saque a guardar à velhota de um deles. O roubo deu brado (um Picasso, um Matisse, um Gauguin...), a polícia identificou os assaltantes pelas câmaras e prendeu-os. A velhota, assustada, queimou os quadros à lareira. O julgamento decorre este mês e já há produtor interessado no filme. Já por cá dois sequestradores entraram numa rádio para fazer um "apelo à união de massas para mudar o mundo." Escolheram uma rádio da Bobadela (a intenção era a mensagem chegar mesmo longe) e com uma pistola falsa obrigaram o locutor a ler o comunicado para a insurreição mundial. Só que o locutor também foi falso, leu mas não ligou o microfone. A polícia apareceu e os sequestradores, portugueses, foram-no até ao fim: entregaram-se às boas. A dar filme, é dos que não acabam mal. 
«DN» de 11 Ago 13

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