Programa eleitoral: passar o Paquistão!
Por Ferreira Fernandes
AO TOMAR posse em fevereiro, a Presidente sul-coreana, Park Geun-hye, fez uma promessa ao seu povo: mais felicidade. Já anos antes, em 1972, o rei do Butão (sempre regiões onde o budismo moldou os homens) contrapôs a Felicidade Interna Bruta aos índices económicos secos. A ONU gostou da ideia e passou a publicar relatórios sobre essa coisa talvez vaga, talvez funda, que faz que os cidadãos de cada país se sintam melhor ou pior na sua pele.
O Relatório da Felicidade Mundial 2013 saiu ontem e os jornais destacaram a má posição portuguesa. Antes de lá irmos, assinale-se que o estudo apanhou-nos na crise atual, que se ilustrou por uma justa desconfiança popular pelos números económicos, que nos diziam científicos e se revelaram instrumentos nas mãos de parlapatões. O que é dizer que estamos, hoje, mais preparados para acolher relatórios sobre felicidade. Este coloca-nos em 85.º lugar, quer dizer, na metade mais infeliz dos 156 países deitados no divã entre 2010-2012. Com agravante de estarmos pior 12 posições em relação ao relatório de 2005-2007. "Feliz é aquilo que você vai perceber que era, uns tempos depois", disse-nos Millôr Fernandes há muito. A solução é invertermos a tendência para o próximo relatório. Podemos aqui, na felicidade, fazer mais do que pelo PIB, que, esse, está controlado por ineptos. Temos de ter objetivos: o Paquistão, que abre tantos telejornais (mau sinal), é mais feliz do que nós (81.º). Passemo-lo!
«DN» de 11 Set 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
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