Tenho a solução para trazer Woody Allen
Por Ferreira Fernandes
NÃO SOU EU que volto a Woody Allen, é o noticiário. Depois de se saber que Paulo Portas contactara com Woody Allen para um filme em Portugal, o assunto saltou para a campanha eleitoral. Luís Filipe Menezes, candidato pelo Porto, puxou a brasa (esta imagem seria melhor se o realizador viesse com Scarlett Johansson) para a sua sardinha: "O filme deve ser no Norte!"
Não acusem Menezes de manobra eleitoral porque com a sua proposta perdeu pelo menos um voto: o tripeiro Manoel Oliveira não lhe vai perdoar, e com alguma razão. Afinal, o filme Aniki Bóbó passa-se entre Gaia e a Ribeira portuense, percurso copiado por Menezes muitas décadas depois. Ingrato, Luís Filipe... A solução, digo eu, seria juntar os dois realizadores, o que poderia ficar até mais barato. No primeiro filme de Woody Allen (What's Up, Tiger Lily? - Que Se Passa, Tigresa?), de 1966, as imagens são quase todas de um filme japonês de espionagem, ao qual o americano só acrescentou algumas cenas e pôs diálogos que não tinham nada que ver com a história inicial. Lá está, pegava-se em Aniki Bóbó e só se pagava a Woody Allen, bem mais barato que um filme, os diálogos enviados de Nova Iorque. E até se podia acrescentar uma cenas com Menezes, como os garotos do Aniki Bóbó, a mergulhar da Ponte D. Luís. É certo que parecia um pouco Marcelo a mergulhar no Tejo, o que não lhe deu grande sorte eleitoral, mas eu só vim aqui para resolver o problema da falta de dinheiro.
«DN» de 27 Set 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
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