PARA UMA HISTÓRIA DA PALEONTOLOGIA – 2
Surgimento da moderna paleontologia. Os séculos XVII e XVIII.
Por A. M. Galopim de Carvalho
NO SÉCULO XVII, receosos de perseguição movida pela Igreja, ainda eram muitos os estudiosos que, convictos ou não, rejeitavam aceitar os fósseis como sendo restos de amimais ou plantas do passado. Um deles, o naturalista e químico inglês Robert Plot (1640-1696), no livro que publicou em 1677, Natural History of Oxford-Shire, descreveu um fémur de dinossáurio como sendo de um elefante deixado no terreno pelos invasores romanos. Ao contrário desta visão, o dinamarquês Nicolau Steno (1638-1696) deu um grande passo no sentido do conhecimento científico, ao recuperar as ideias de Da Vinci e de Palissy. Médico de profissão, com obra notável nos campos de geologia e da mineralogia, Steno já verificara que certos “petrificados” eram semelhantes entre si, quaisquer que fossem as rochas em que estivessem embutidos, e que, por outro lado, tinham o mesmo aspecto das partes dos animais a que se assemelhavam. Ao observar os dentes de um tubarão actual, Steno verificou que estes eram muito semelhantes a certos objectos encontrados em rochas sedimentares na Ilha de Malta, então chamados glossopetrae (línguas petrificadas), uma vez que faziam lembrar línguas de serpente transformadas em pedra. (...)
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