«Dito & Feito»
Por José António Lima
Com o abandono de Marcelo Rebelo de Sousa da corrida às presidenciais de
2016, continuam em cena dois candidatos de primeira linha, António
Guterres e Durão Barroso, e dois candidatos de segunda linha, António
Costa e Rui Rio.
Sabe-se que Guterres e Barroso só decidirão daqui a
um ano, no início de 2015 - depois de avaliarem a evolução da economia
do país no pós-troika, as sondagens e etc. - se irão ou não ser
candidatos a Belém. Apesar de ambos fazerem constar, através dos seus
círculos de influência, que estão muito distanciados e desinteressados
de tal objectivo.
Sabe-se, por outro lado que, se Guterres quiser
passar de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados para
Presidente de Portugal, Costa não se atravessará no seu caminho. E que,
se Barroso melhorar as sondagens e decidir trocar a presidência da
Comissão Europeia pela Presidência da República, Rio não terá quaisquer
veleidades de avançar.
Mas o facto é que, ainda assim, há uma
razoável probabilidade de Guterres e Barroso se colocarem de fora. Como
Marcelo. O que provocaria a maior desgraduação política das
presidenciais em 40 anos de democracia.
A eleição presidencial em
Portugal tem sido uma espécie de consagração de carreira de políticos
com um vasto e reconhecido currículo. Mário Soares fora um destacado
opositor da ditadura, a principal figura da vitória da democracia sobre
os totalitarismos de esquerda, fundador e líder do PS, várias vezes
primeiro-ministro. Jorge Sampaio fora a face da resistência estudantil
contra a ditadura na crise de 1962, líder do PS e presidente da Câmara
de Lisboa. Cavaco Silva fora líder do PSD e primeiro-ministro ao longo
de uma década de desenvolvimento do país.
Já António Costa e Rui
Rio nunca foram primeiros-ministros ou, sequer, líderes partidários.
Nunca foram postos à prova nesses cargos de elevado desgaste de
popularidade, têm estado preservados em funções secundárias. De Rio mal
se conhece um pensamento político estruturado e diferenciado. De Costa
sabe-se que apoiou a triste governação de Sócrates até ao último minuto.
Há, pois, o sério risco de um preocupante downgrade político nas presidenciais de 2016.
«SOL» 31 Jan 14Etiquetas: autor convidado, JAL
2 Comments:
chove, troveja, há raios e coriscos em todo o território?
não.
em algumas pessoas, supostamente analistas e com espaço para se repetirem até à exaustão sem avançarem um mm?
sim.
Há atualmente personalidades de renome na nossa sociedade, sérias e com capacidade de desempenhar com excelência o cargo de presidente da república. Pessoalmente gostava de ver o Dr. Guilherme D’Oliveira Martins como candidato à Presidência. Um grande Homem, independe, e que de certamente serviria a nação de forma isenta e espírito patriótico.
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