Portugal à beira da guerra civil!
Por Ferreira Fernandes
Estou em pânico. Aqui ao lado, Juan Carlos chamou Rajoy e entregou-lhe uma carta que dizia isto: "Para os efeitos constitucionais convenientes, junto o texto que leio, assino e entrego ao senhor Presidente do Governo neste ato, pelo qual comunico a minha decisão de abdicar da Coroa de Espanha." E, tungas, depois destas palavras de encomendar meio quilo de alcatra, foi-se embora. O Rei vai-se embora porque a monarquia espanhola desfalece, o Rei novo é chamado para aguentar o regime moribundo, enquanto ainda há um Parlamento com maioria do PP e do PSOE, partidos razoáveis, e tudo com o horizonte próximo de Espanha a rebentar em nações várias... Resumindo: aqui ao lado, a palavras curtas e claras corresponde o Armagedão. Calculem agora a angústia que senti, horas depois, ao ouvir o nosso Governo a exigir uma "aclaração do acórdão" do Tribunal Constitucional, por causa da "ocorrência" de "ambiguidade" e de "obscuridade", exigência enviada ao Parlamento, que vai convocar uma "conferência de líderes" para tratar do assunto. Conferência de líderes lembrou-me logo Ialta, Montenegro com capa de Roosevelt, Heloísa Apolónio com charuto de Churchill, Alberto Martins com boné de Estaline, todos prontos a fazer uma guerra fria quando chega Assunção Esteves e lança mais uma palavra quente para a fogueira: "Inconseguimento!" Dicionariamente falando, o Leste da Ucrânia é um jardim-de-infância comparado com o nosso inferno de boca.
«DN» de 4 Jun 14Etiquetas: autor convidado, F.F
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