Uma dança em forma de quadrilha
Por Ferreira Fernandes
O drama dos poetas é eles não conviverem com os grandes deste mundo. Só assim se entendem as cartas de amor ridículo de Pessoa ou o poema a que Carlos Drummond de Andrade chamou Quadrilha, nome da dança em que as pessoas passam uma por outra sem se encontrar: "João amava Teresa que amava Raimundo/ Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/ Que não amava ninguém./ João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,/ Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes/ Que não tinha entrado na história." Ah, se Drummond, em vez de vida vulgar, conhecesse a empolgante política portuguesa!... Marcelo amava Costa que não amava Seguro que amava concorrer com Passos que adoraria, oh quanto!, que isso acontecesse. Marcelo na TVI desancou Seguro que detestava a possibilidade de Costa disputar com Passos que também detestava tal e preferia mandar Costa para Marcelo que estava mortinho por ir às presidenciais, sim, mas com Guterres que amava fugir ao pântano que o fez encontrar Angelina Jolie que não entra nesta história mas é sempre boa de se encontrar. Guterres foi para os refugiados e não sabe para onde ir depois, Marcelo sabe que quer ir para Belém, Passos só sabe que preferia não saber o que lhe vai acontecer, Costa hesitou saber mas quando soube agarrou-se ao que lhe sabe bem e Seguro. Seguro, ponto?! Desculpem, foi erro. Seguro... Ah, assim, sim, já o reconhecemos.
«DN» de 3 Jun 14Etiquetas: autor convidado, F.F
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