A nossa "Febre de Sábado à Noite"
Por Ferreira Fernandes
Desde a semana passada Portugal vive a Febre de Sábado à Noite. O País para, as famílias à mesa suspendem a colher de sopa, nos cafés as cabeças levantam-se. Todos de olhos fixos no televisor: na SIC, Marques Mendes (M.M.) faz de meteorologista, atividade que se dizia que tinha deixado de existir. Nada mais falso, o que deixou de haver foi tempo morno. Agora, sem mesmo precisar de mapa ao fundo, porque o que se vai dizer não é pequena subida de temperatura em Évora ou barlavento na costa algarvia, não, é todo o País que vai ser atingido por tufão. O programa, que se fosse filme de Hollywood chamava-se Armagedom, porque é com M.M. chama-se "O habitual comentário semanal de Luís Marques Mendes". Não se deixem iludir com "o habitual" e "Luís Marques Mendes", palavras que evocavam sono. Isso foi até sábado passado. Agora, se bem se lembram do que aconteceu naquele dia, M.M. diz, como as ciganas, que a linha de vida da palma da mão é curta, mas, ao contrário das ciganas, acerta. Então, ele disse que Portugal estava mais uma vez e, desta vez, de vez, tramado. E, no dia seguinte, o Carlos Costa dos bancos confirmou. Não devemos querer-lhes mal, só são mensageiros - é pena que sejam do género cangalheiro, só se debrucem sobre o irremediável. Ontem, Marques Mendes anunciou que vai gente dentro. Se M.M. diz, irá. Receio, e é essa a catástrofe anunciada nesta Febre de Sábado à Noite, já será gente tesa para nos pagar o que devem.
"DN" de 10 Ago 14Etiquetas: autor convidado, F.F
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