Ponto prévio
Por Ferreira Fernandes
Estão a ver a Maria Luís Albuquerque? Pois está aí uma política de quem não gosto das ideias nem de como as executa. Mas foi nela em quem pensei, disposto a ouvi-la se - por um acaso que nem é assim tão espantoso - ela estivesse ontem, com António Costa, a discutir a liderança do PS. Ela defenderia e atacaria com a qualidade primeira a exigir em quem quer mandar: ela mostraria ser líder. Esse, um problema que tem o PS, e não têm o PSD, o CDS ou o PCP. Além de líderes, os partidos têm todos políticos, a vários níveis - e por isso citei Albuquerque -, que transmitem firmeza, e, aí, o PS também. Mas no topo o PS tem Seguro. É por isso que se me perguntam o resto, sobre o que ele defende, desde a reforma da lei eleitoral ao combate ao desemprego, digo sempre ter um ponto prévio. Que é: ele não presta para chefe. Nem preciso de ser grandiloquente, dizer que não iria caçar tigres com ele. De facto, eu preferia ir sozinho por um bairro perigoso do que tê-lo ao meu lado. Sim, ele seria o melhor que uma velhinha poderia encontrar no passeio para ajudá-la a atravessar a passadeira (sobretudo se houvesse fotógrafo por perto) mas, já na passadeira, eu aconselharia a velhinha a confiar só em si. Seguro é a cara mais sincera da fraqueza e a expressão mais notória da insegurança. Achar que ele pode ser chefe de partido e, sobretudo, chefe de Governo é uma tragédia. É extraordinário que ele suscite outra discussão que não seja esse ponto prévio.
«DN» de 24 Set 14Etiquetas: autor convidado, F.F
2 Comments:
Se Seguro tivesse os pés bem assentes na realidade portuguesa, teria confrontado Costa com o que se havia passado na véspera em Lisboa, e teria colocado a questão que estava na boca de muita gente:
«Como é que tu, que geres a capital como se vê, poderás vir a estar à frente do país?»
O facto de Seguro nem sequer ter pensado nisso, mostra que estão bem um para o outro – não só no nome próprio e na cor da gravata, mas também (e principalmente) no que toca aos problemas concretos que afectam os cidadãos concretos.
Façam de conta que eu copiei o que escreveu C. Medina Ribeiro e o colei aqui.
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