Sol & Sombra
Por José António Lima
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SOL
João Marques Vidal
Ficou evidente, com a leitura do acórdão e das sentenças do processo
Face Oculta, que os juízes do Tribunal de Aveiro confirmaram no
essencial a excelência da investigação judicial e da análise criminal
que fora liderada por este procurador de Aveiro (agora à frente do DIAP
de Coimbra) e pelo inspector da PJ Teófilo Santiago. Só faltou que
tivessem a mesma comprovação e sequência judicial as certidões que então
extraiu e incriminavam o primeiro-ministro da altura, José Sócrates.
Mas a qualidade e a coragem da investigação do caso Face Oculta, face ao
poder socrático então todo-poderoso, ficarão como momento alto da sua
carreira.
Carlos Moedas
É obviamente uma pasta de segunda linha da Comissão Europeia a que
lhe calhou em sorte no elenco Juncker (na qual terá mesmo que reportar a
uma vice-presidente). Mas depois de 10 anos com a presidência de
Barroso na Comissão seria sempre difícil a Portugal manter um estatuto
de primeira grandeza. E a pasta da Investigação, Ciência e Inovação,
além do tão falado superorçamento de 80 mil milhões, é uma oportunidade
para o promissor ex-secretário de Estado Adjunto de Passos Coelho se
tornar uma figura influente em Bruxelas.
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SOMBRA
Paulo Bento
Ironicamente, quatro anos depois, é forçado a abandonar a liderança
da Selecção quase nas mesmas circunstâncias que o seu antecessor Carlos
Queiroz em 2010: logo após o começo desastrado de um grupo de apuramento
para o Europeu. Entretanto, conseguiu duas qualificações sofridas de
Portugal e os seus momentos altos foram chegar à meia-final do Euro-2012
e o inesquecível play-off com a Suécia (graças a uma enorme exibição de
Ronaldo). O ponto mais baixo foi esta derrota impensável em casa com a
Albânia. Mas o problema da Selecção reside mais na falta de qualidade da
base de recrutamento de jogadores para a necessária renovação da equipa
nacional do que nas capacidades deste ou doutro seleccionador.
Armando Vara
Com o seu amigo Sócrates no Governo subiu alto no mundo empresarial e
financeiro, da CGD ao BCP. Mas nunca se livrou da imagem de ser mais um
comissário político e um gestor de influências do que um administrador
respeitado - e a sentença do processo Face Oculta só veio confirmar essa
ideia.
«SOL» Set 14 Etiquetas: autor convidado, JAL
1 Comments:
Se as condecorações que anualmente se fazem em Portugal não parecessem uma forma de distribuir medalhas ao quilo, por quem merece e por quem não se sabe se merece, bem que podia ser contemplado, da próxima vez, o vigilante que não se deixou corromper por aquele extraordinário amigo de Armando Vara, o dos robalos...
Admitindo, porém, que um homem sério não aceitasse ser condecorado por cumprir o seu dever.
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