13.10.14

Em tempos de peste não se limpam armas

Por Ferreira Fernandes
Enfim, uma vacina contra o ébola! Não, ainda não é daquelas que se injetam ou engolem e imunizam da doença. É só uma vacina tipo pequeno passo que começa a lavar-nos a cabeça do folclore com que esta possível catástrofe tem sido tratada. A Serra Leoa recebeu 750 soldados e centenas de voluntários médicos e enfermeiros britânicos. Na sexta-feira passada, o Departamento de Saúde e o Ministério de Defesa da Grã-Bretanha informaram esses militares e pessoal de saúde que não têm garantido avião de volta se contraírem a doença. Como noticiou o jornal The Daily Telegraph, os infetados serão tratados em hospitais locais e só serão repatriados "caso a caso". No combate a doenças é essencial a prevenção, certo? Pois aí estão os mais interessados devidamente prevenidos! Os povos iludidos podem ter um ministro aldrabão que, prometendo manter os lugares dos professores, diz, primeiro, "mantêm-se" e, dias depois, desdiz: "Eu não disse manter-se-ão." O problema de colocação dos professores portugueses é um resfriado que ainda admite truques de tempos verbais. Já o ébola não vai lá com gramática ardilosa. Daí o governo britânico ter sido claro e não prometer mais do que pode. Se ainda não é a cura da doença, é um cuidado primário de saúde mental notável: quando se deixa para trás soldados e enfermeiros (e há alturas, ao que parece, que tem de ser), compreendemos quão desproporcionadas são as manifestações por um pobre cão.
«DN» de 13 Out 14

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1 Comments:

Blogger brites said...


não deixam o cão em paz, nem depois de um balázio certeiro!

quem mata, que não seja para se defender , mata caes, pássaros,gatos, pessoas.

ainda bem que há gente que se indigna e age! escrever não é fácil e para qualquer um, mas ´...
alguém tem de fazer o trabalho que os intelectuais desprezam, porque a sua luta é com as palavras, a verdadeira!

14 de outubro de 2014 às 09:49  

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