18.6.15

O PR, a TAP e o ex-economista

Por C. Barroco Esperança 
 O Prof. Aníbal Cavaco Silva, ex-economista, há muito dedicado a negócios particulares e à política, abdicou da profissão académica a favor da profissão de fé neste Governo de que se tornou porta-voz.
 Alguns escolhem os amigos, outros são escolhidos. Cavaco Silva foi escolhido e ficou refém. Nunca se lhe ouviu uma censura à promiscuidade entre a política e os negócios, ao tráfico dos banqueiros, onde colaboradores próximos perderam a honra e ganharam milhões, à decadência ética do regime ou ao empobrecimento dos portugueses. 
Tornou-se o notário privativo do Governo e o eco das suas tropelias. Não admira que as próximas eleições constituam também o seu julgamento pelos portugueses. Não pode, aliás, ser excluído da luta partidária, que foi o seu campo de batalha dos últimos seis anos, no derrube do anterior Governo e na manutenção do atual até ao fim do prazo, impedindo um Orçamento de Estado ao Governo que sair das eleições de outubro.
 Um homem sem passado democrático, conseguiu 21 anos de político de topo em 41 de democracia. É obra!
 Com a privatização da TAP – diz a comunicação social –, sentiu-se aliviado. Não se trata da resolução de um problema digestivo a quem a obstipação atormenta, trata-se da execução da agenda ideológica do Governo de que se tornou dependente. Em termos de digestão são os portugueses, sem alívio, a sofrer de azia e a pagar as consequências.
«A maioria do capital da TAP é português, temos de aplaudir» – (Cavaco Silva 14-06-2015). Será que acredita na nacionalidade do capital e na bondade da nacionalização? Foi como economista ou como assessor do Governo que considerou a privatização da TAP “um bom negócio para Portugal”, a bordo do avião que o levou a Sófia, numa das últimas viagens, designada como visita de Estado?
 A TAP foi comprada pelo empresário norte-americano David Neeleman, dono de uma companhia aérea no Brasil e aparentemente por Humberto Pedrosa que em Portugal é o maior acionista da empresa rodoviária Barraqueiro. Alguém acredita que o empresário norte-americano se candidatava à pechincha sem garantias de decisão? 
A TAP deixa de ser portuguesa e passa a brasileira, com o mesmo gestor, ao serviço do Brasil e da agenda política deste Governo; os aviões são vendidos e passam a alugados e o empresário português, cuja nacionalidade serve para contornar normas comunitárias, vai poder transportar os passageiros, dentro do aeroporto, nos autocarros Barraqueiro. 
 Ponte Europa / Sorumbático

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6 Comments:

Blogger opjj said...

Por causa destes Barroco's que não passa de um delactor, e fez-me lembrar que por causa de um delator (como este ) é que fui preso pela PIDE. Ainda hoje sinto a pistola no meu pulmão direito passados 46 anos.
Seja homem e isento! Não seja como as bestas que precisam de cabresto para ver só prá frente. Cavaco ganhou bem e voltaria a ganhar. Porque não fala de Sócrates?O comunismo nunca deu vida senão aos protegidos. Cavaco não é governo.Mais, se tivesse posto fora Sócrates não tínhamos cá a troika.Eu vi o que ia acontecer e não sou um sábio. Mais, de 1985 a 1995, Foi quando o país mais cresceu, se desenvolveu e tinha as contas equilibradas. Claro é preciso saber fazer contas.
Tem aí os seus Sirysicos como prova do que defende.
Deve ter benesses do Estado, só pode, porque os privados têm de vergar a mola..

18 de junho de 2015 às 18:56  
Blogger 500 said...

O homem do leme, o grande timoneiro vai ficar na história como um grande PR, o maior que o país já teve, é a minha convicção, depois de ler o comentário.

18 de junho de 2015 às 22:26  
Blogger José Batista said...

Cavaco é realmente uma desgraça. Até para muitos dos que votaram nele é uma decepção: nos tempos do seu governo destruiu-se a pouca agricultura que havia, os pequenos barcos foram abatidos, muitos empreiteiros enriqueceram à custa do betão e do cimento e há aqueles grados e indefectíveis cavaquistas, de quem Cavaco era amigo, a contas com a justiça, por crimes ou procedimentos hediondos.
É um saldo terrível, que há-de resumir-se a poucas linhas no rodapé da História.
Dito isto, acrescento que não esqueço os tempos e a irresponsabilidade de Sócrates. O meu voto não darei eu a quem não reconheça e rejeite a péssima herança que deixou e o caminho que nos conduziu à miséria de governo que temos.

18 de junho de 2015 às 23:05  
Blogger Carlos Esperança said...

Há sempre um opjj anónimo disponível para o insulto e capaz de odiar o direito de expressão.

Deve ser da escola de Boliqueime.

18 de junho de 2015 às 23:16  
Blogger opjj said...

Há cada luminária!Se chama áquele comentário direito de expressão, que insulta, que ofende o bom nome das pessoas!
Todos têm direito ao seu bom nome.
Que anacronismo!
Um homem que governou há 16 anos passou por 5 primeiros ministros e ninguém corrigiu?
Adívida externa bruta era de 55% do PIB subiu para 220%.
Odéfice da balança corrente e capitais era nulo 0,1% do PIB, em 2001 era de 10%.
Nas contas públicas o desequilibrio da dívida era de 54%.
A indústria cresceu 30% baixando depois para 20%.
A Agricultura na década manteve a produção começando depois a cair.
Com todos os defeitos, foi o último periodo de crescimento saudável. Depois seguiu-se o EURO e por aqui me fico.
A mim não me interessa Cavacos mas sim a verdade.

19 de junho de 2015 às 16:32  
Blogger opjj said...

Rectifico, não são 16 mas sim desde 1995, logo 20 anos.

19 de junho de 2015 às 16:37  

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