4.7.15

Quem de dezanove tira um…

Por Antunes Ferreira
Dir-me-ão que o tema, além de recorrente já começa a cheirar mal e eu concordo. No entanto e enquanto não é conhecido vencedor do referendo na Grécia (estou a escrever na sexta-feira, 3) convém dar um acrescentamento ao último texto por mim assinado. Há anos estive na praça Syntagma , assistindo a   um megacomício organizado pelo PASOK que é como se sabe o partido irmão do PS. Disse-me na altura Andéas Papandreou que a ocorrência era a demonstração de que os Gregos sabiam viver em democracia,
Papandreou era o primeiro-ministro cargo que exerceu por duas vezes. Esta era a primeira e embalado pelo apoio da Internacional Socialista, de que o PASOK fazia parte, julgava que se eternizaria o poder que detinha. Mas, obviamente estava enganado. Era pelo ano 1988 e apenas um ano depois o Ta Nea, o partido conservador , tirava-lhe a expectativa desde logo exagerada e até arrogante. Andrés Papandreou era um homem convencido e herdara do seu pai Georgios, também político, uma forma de estar que se resumia numa trindade: eu, eu e eu.
A Grécia adquirira a “mania” da alternância democrático e os dois partidos iam-se revezando no poder. Confesso que - sendo Andréas da mesma família política em que me encontrava e encontro – o homem não me agradou, antes pelo contrário. Encontrava-me na Grécia ao serviço do DN, mas correspondendo a pedido de Mário Soares (e depois de ter informado a direcção do jornal) levara uma carta do secretário-geral dos socialistas uma carta para Papandreou e assim pude encontrar-me e conversar com ele.
Dizem que a História se repete enquanto outros begam a afirmação, afirmando que a mesma água nunca mais passará por baixo da mesma ponte. Vá lá entendê-los… O acontecido leva-me agora a voltar ao tema Grécia e (des)União Europeia. Leio nos jornais matéria de que aposso e que de seguida transcrevo:
«O primeiro-ministro grego discursou, (esta sexta-feira à noite), na praça Syntagma onde se encontram milhares de pessoas a manifestarem-se pelo "Não" no referendo. Frente a milhares de gregos, Alexis Tsipras voltou a apelar ao voto no "Não" e garantiu aos gregos que "a democracia é o caminho a seguir". Depois de na passada quarta-feira ter defendido que " a democracia não é um golpe de estado" e que, nesse sentido, o "não" no referendo não significa uma divisão com a Europa, mas "o regresso aos valores europeus", o primeiro-ministro grego pediu ao povo grego que faça "história" e que no domingo dê "um grande e orgulhoso 'Oxi' ao ultimato". 
"Hoje, todos os olhos estão na Grécia. No domingo, vamos mandar uma mensagem de democracia e dignidade à Europa e ao Mundo. No domingo, não vamos apenas decidir ficar na Europa, vamos decidir viver na Europa com dignidade. Não vamos deixar a Europa nas mãos daqueles que querem sufocar a sua tradição de democracia", afirmou Tsipras. 
Também me aproveito de um parágrafo dum texto do colaborador do Sorumbático Carlos Barroco Esperança (pelos vistos esta crónica nem me pertence, mas a preguiça é mal tamanho que não me repugna o roubo escandaloso, ainda por cima sem pedir autorização para o fazer a Barroco Esperança; se o fizesse tenho a certeza que, desta feita e sem ter nada que ver com o rerendo grego me responderia “sim”

 “Ouvir o PM, cuja formatação ajuda a entender as declarações, em linha com as decisões venais e nepotismo, é confrangedor, mas ouvir o PR, no meio da tempestade, no Titanic [UE], perante o naufrágio do primeiro passageiro [a Grécia] a dizer que “… se sair ficam 18 países”, não é apenas o rebuscado exercício de aritmética ao nível do primeiro ano de escolaridade, é a metáfora de alguém que faz de Hollande um estadista notável.”»

Cavaco cada vez que abre a boca sai asneira pois nenhuma mesma se arriscaria a entrar naquela cloaca. Não nos devemos admirar com as bacoquices de Sua Insolência. Já lá vão os “cidadões” e o “façarei” que ficaram guardados na massa cinzenta de cada um dos Portugueses; já lá vão também as vacas açorianas a sorrirem de felicidade… Basta de tanto sofrer. Quousque  tandem Cavaco abutere patientia nostra? Mas provavelmente o homem nem saberá o que isto quer dizer, quanto mais o autor da interrogação…

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3 Comments:

Blogger opjj said...

A dor de cotovelo,a inveja e o rancõr que aqui apregoa, dizem sempre como interpretam a tolerância. Mal de um povo comandado por gente assim. Não devo de errar muito se disser que é tudo gentinha que vive debaixo da pala do Estado ou de interesses derivantes. NUM PRIVADO tinham que mostrar talento e prática. Dar bocas é o mais fácil. Obras, nada.
Vejam o blogue de Vital Moreira que ele diz-lhes o que vale Tsipras.
Meu Pai há 60 anos vinha a Lisboa pagar juros a 10% sem papéis, só a palavra. Tinha muitas bocas.A honra levou-o a Paris, a salto e com 7contos emprestados e quase com 70 anos de idade. Fez 4 anos em Paris no "bidonville" e pagou as dívidas. Por fim a França reconheceu-o até à morte, excepto Vieira da Silva que lhe tirou 53€ dma pensão de 200€.

4 de julho de 2015 às 12:56  
Blogger Unknown said...

O sr. opjj diz coisas que nem ao Diabo lembra. E nem faço mais comentários apenas lhe digo que sou jornalista na reforma. Sou contra todas as formas de ditadura de rancor de vingança e de malvadez o que quer dizer que me bato, sempre me bati e sempre me baterei pala Liberdade e pela Democracia... o que outros nunca fizeram fazem ou façarão (Cavaco dixit)

4 de julho de 2015 às 23:04  
Blogger SLGS said...

Senhor Antunes Ferreira, depois de ler a sua resposta ao comentário de opjj, "obrigou-me" a concordar com ele e a concluir:
o senhor pode ser tudo aquilo que diz mas, no fundo, não presta mesmo.

5 de julho de 2015 às 15:06  

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