20.10.16

Durão Barroso e as injustiças de que é alvo

Por C. Barroco Esperança 
Durão Barroso sempre foi videirinho, desde a viagem familiar ao Brasil, em jato privado, para uma estadia numa ilha paradisíaca, quando PM, até às férias no iate de um magnata, quando já estava indigitado para presidente da Comissão Europeia, para finalmente acabar, depois de suspeitas e furtivas reuniões, como CEO de Goldman Sachs, em Londres.
 Injusta é a perseguição aos direitos adquiridos, seja a reforma de presidente da CE, a que tem direito, ou a portuguesa que os anos de serviço e funções exercidas lhe conferem. Os direitos adquiridos e a igualdade perante os antecessores não dependem da ética pessoal, derivam da legislação em vigor. Tentar discriminá-lo não é justiça, é inveja, vingança ou ambas.
 Aliás, Barroso não foi mais crapuloso do que Tony Blair, Gerhard Schröder ou José Maria Aznar, o último sob suspeita acrescida de receber uma mensalidade dos subornos do caso Gurtel, que também tiveram cargos dourados na sequência das funções políticas que desempenharam.
 Barroso talvez seja vítima do seu pioneirismo. Ainda na Universidade, quiçá ao serviço da CIA, foi marxista-leninista-estalinista-maoista para combater os marxistas-leninistas-estalinistas. Como PM, garantiu ao País que ia aos Açores para procurar uma oportunidade para a paz, e foi anfitrião da cimeira da guerra do Iraque, cúmplice e beneficiário.
 Mais tarde anunciou que o candidato de Portugal à presidência da Comissão Europeia era o prestigiado ex-Comissário Europeu, António Vitorino, quando o embaixador Martins da Cruz, seu compadre, e o maquiavélico Mário David promoviam a sua própria candidatura. E venceu.+++ Por fim, fracassou na sua candidatura a PR, na promoção da candidata Kristalina Georgieva, a secretária-geral da ONU, feita na última reunião do Clube de Bilderberg, a desejada pelo PPE e promovida por Mário David, contra Guterres. E perdeu.
 Limitou-se a ocupar o lugar que o Goldman Sachs lhe reservara.
 Não cometeu nenhum crime, mas também não foi uma bonita ação. Fiel à natureza, vendeu a sua agenda de contactos e desonrou-se, mas a sanha de que é vítima agravou-se com a leveza ética, vítima da sua precocidade na arte da dissimulação e reincidência na falta de escrúpulos. 
 Não foi, como ele disse, para um cartel da droga. Não o aceitaria antes de ser legalizado. 
 Ponte Europa / Sorumbático

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6 Comments:

Blogger José Batista said...

Este comentário foi removido pelo autor.

20 de outubro de 2016 às 22:10  
Blogger José Batista said...

Pela minha parte tenho muitas dúvidas se Barroso, tal como (os) outros (que são referidos), tem direito a acumular reformas, pelo menos nos montantes (escandalosos) que se verificam, e que... nós pagamos. Quanto às leis que vigoram, essas leis são apenas... as leis que (se) fizeram e com que alguns (poucos) se amanham (bem). Muito precisados estamos de outras, mais justas.
Que Barroso é videirinho, concordo inteiramente. Que merece todas as críticas, concordo também. Penso é que há pessoas que têm escapado a críticas merecidas: por exemplo, quando Barroso fugiu do governo português, fê-lo com sucesso porque alguém, como Jorge Sampaio, lhe permitiu a fuga. Que Barroso aproveitou em seu benefício, que não o país nem os portugueses. Por cá, apanhámos então com Santana Lopes, com o resultado que se viu.
Esta coisa de se ser eleito para um cargo e usá-lo para trepar para outro mais alto também a lei não devia permitir. Só que o mal vem de longe e de onde menos se espera, pois que Jorge Sampaio tinha, ele mesmo, usado o expediente... E estou à vontade para o afirmar, porquanto até votei nele, uma e outra vez, mas não gostei dessa parte, nem então nem agora.

20 de outubro de 2016 às 22:13  
Blogger Ilha da lua said...

...quiçá ao serviço da CIA ,marxista-leninista-maoista para combater os marxistas-leninistas-estalinistas..,quiçá ao serviço daKGB...penso que se esqueceu de acrescentar este pormenor ...De resto concordo de uma maneira geral com a sua opinião No entanto,é necesssário acabar de vez com a promiscuidade entre o poder político e o poder económico a bem da transparência democrática

22 de outubro de 2016 às 22:38  
Blogger Carlos Esperança said...

Ilha da Lua:

Agradeço-lhe o comentário, mas tenho a referir-lhe que nunca podia ter sido ao serviço do KGB, que, aliás, Durão Barroso combatia como maoísta. Quando muito, estaria ao serviço do KGB-ML, já que o MRPP se denominava PCP-ML e tinha na URSS o inimigo principal. (Não vem ao caso, mas nunca tive pela URSS qualquer simpatia).

23 de outubro de 2016 às 13:38  
Blogger Ilha da lua said...

Carlos B.Esperança Referia-me aos marxistas-leninistas-estalinistas (quiçá ao serviço da KGB)que supostamente o Sr Barroso combatia Agradeço a sua resposta Embora como diz não venha ao caso,eutambém não tenho nem nunca tive simpatia por qualquer governo que se apoie em polícias políticas

23 de outubro de 2016 às 17:12  
Blogger Carlos Esperança said...

Já somos 2 a repudiar as ditaduras, Ilha da Lua.

24 de outubro de 2016 às 16:57  

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