Do bando de Chicago ao da Casa Branca
Por C. Barroco Esperança
Desgraçadamente, Reagan, Thatcher e João Paulo II legaram o pensamento único a que o ultraliberalismo conduziu. Foram arautos do modelo económico da Universidade de Chicago cujo apóstolo mais conhecido foi Milton Friedemann, conselheiro de Reagan. O monetarismo e a livre concorrência, sem piedade nem ética, mudaram o mundo, com aumento de pobres e redução de ricos, estes cada vez mais ricos e aqueles mais pobres.
Se os países rejeitavam a chantagem e o modelo económico, não poupavam esforços para os imporem. O Chile foi a primeira vítima e Pinochet o executor. Depois, outros países e novos ditadores surgiram.
Mais tarde, com fingida reprovação de JP2, os novos Cruzados, (todos deram público testemunho da crença, e um até falou com Deus), invadiram o Iraque e destabilizaram os países árabes. O petróleo foi o móbil, disfarçado sob a mentira das armas químicas. Bush, Blair e Aznar (e o mordomo Barroso), eram todos muito crentes e cristãos.
Hoje, com o papa católico a defender a paz e a justiça social, o Vaticano salva a honra, mas há novos aliados contra a UE e a sua civilização. Só o xerife continua americano.
A UE sabia que a moeda única não resistia à competição entre Estados que a suportam, e sobrepôs a competição interna à defesa de interesses comuns. Hoje, está acossada pela revolta suicida dos seus povos e por alianças alheias. O Reino Unido coadjuva Trump; o Irmão Muçulmano, Erdogan, sonha com o califado; e no Mediterrâneo perecem, com os refugiados, a força, os escrúpulos e a ética da civilização europeia.
É neste contexto que Putin pode ser um aliado conjuntural de Trump, depois de a UE ter sido subserviente na imposição de sanções à Rússia, país cuja geografia e civilização o coloca na Europa, deixando a UE cada vez mais vulnerável.
O dogma ultraliberal e a teologia dos mercados consolidaram-se. Há antagonismos entre imperialismos homólogos, com sacrifício da civilização cujo carácter humanista e laico soçobra perante os mercados e os extremismos religiosos, que se acentuam e digladiam.
O fascismo islâmico atrai o evangélico, mais ou menos cristão ou ortodoxo, de África à América latina, de Washington a Moscovo, num mimetismo simétrico e aterrador.
Ponte Europa / SorumbáticoEtiquetas: CBE
1 Comments:
EM QUE CÁTEDRA estudou? Há 60, 70 anos só havia pobres e iletrados. O mundo mudou. Na minha 1ª escola haviam alunos sem sapatos. Só o filho do Alfaiate chegou a médico. Haviam 2 fábricas (fechadas há muito)e os campos.´Quantas vezes vi Cavadores de enxada, almoçarem com canivete na mão, pão,queijo artesanal ou chispe. Isto está relatado nos livros de Saramago.
O pobre de hoje seria o rico de ontem.
Só o Capital e a inteligência livre trouxe prosperidade e continuará a ser assim.
Cumps
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