RAP à Presidência
Por Joaquim Letria
Ricardo Araújo Pereira (RAP), o inteligente comediante que criara o grupo “O Gato Fedorento” e o transformara num sucesso nacional, actua agora a solo e consegue dar interesse aos políticos que concorrem para as eleições legislativas de Outubro.
RAP consegue até tornar interessantes alguns políticos que estavam esgotados na nossa paciência e melhorar as suas manifestações de graça e simpatia que, sozinhos, se mostravam incapazes de mostrar.
Penso que a abstenção vai continuar muito elevada, mas acredito que RAP a faz baixar e muito. A ver vamos.
Os políticos também já perceberam a importância de RAP, não se furtando uns a aceitarem os convites para aparecerem no seu programa “Gente que não sabe estar” e outros a fazerem “bicha” a pedirem para lá aparecer.
O que sei é que nenhum dos aborrecidos e pouco esclarecedores debates da campanha teve as audiências ou despertou o interesse que RAP consegue com o seu programa que muito beneficia os seus convidados, mesmo quando os ridiculariza com frases ou atitudes suas nas campanhas com que gastam milhões e mais não conseguem do que fazerem a gente virar-lhe as costas, dando o nosso desprezo às suas mentiras, falsas promessas e, por vezes, pouca correcção.
A arte da graça e a comédia têm tido uma importante contribuição para atrair os cidadão para a política, transformando alguns artistas desses géneros em políticos. Basta pensarmos no actual presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que limpou as eleições presidenciais no seu País com grande margem, numa maioria retumbante, obtendo uma vitória esmagadora. Este é o exemplo mais recente dum comediante ultra popular cujo perfil se assemelha ao de RAP.
A verdade é que podemos não ficar por aqui. Ronald Reagan era um “cowboy” de segunda em velhos “westerns” antes de ser eleito e reeleito presidente dos Estados Unidos da América e os italianos vão ainda mais longe votando num palhaço e fazendo crescer o seu partido.
Tino de Rãs percebeu o fenómeno. A verdade é que não será por acaso que ele criou um partido que vai a votos usando o seu nome com a sigla RIR.
Já que as selecções do Reader’s Digest recomendavam que “Rir é o Melhor Remédio” deixem-me agora brincar um pouco… que tal vermos RAP candidatar-se daqui a uns anos à Presidência da República!? Os comentários do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa também o ajudaram muito na corrida a Belém, para lá da sua inegável qualidade, e RAP é culto, bem parecido, inteligente, politizado e do Benfica…
Publicado no Minho Digital
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