ZITA LEAL, A ESCRITORA QUE NÃO PERCO
Joaquim Letria
Há gente que nós seguimos por isto e por aquilo. Neste Minho Digital há uma senhora (entre outras) que aqui escreve e de quem nunca perco uma crónica porque escreve muito bem, gosto da maneira como se expressa, aprecio os seus assuntos, interessa-me a sua franqueza, identifico-me com aquilo que pensa e adiro do mesmo modo às coisas que a prendem.
Refiro-me à Professora Zita Leal, que não tenho o prazer e a honra de conhecer pessoalmente. Senti muito a falta da sua escrita de trazer por casa na semana passada.
Escrevo esta crónica porque há um par de semanas a Profª. Zita escreveu aqui que via o Big Brother e deitou cá para fora ideias que também perfilho de como aquele programa poderia servir para educar quem o vê sem deixar de entreter. Mas o que mais apreciei foi a franqueza da Profa. Zita Leal ao admitir que vê o programa. Uma atitude rara.
O Big Brother é dos programas com maior audiência televisiva em todo o Mundo. Mas se perguntarmos às pessoas se vêem o Big Brother a resposta é “não”. Isto explica-se por preconceito, por vaidade, por vergonha, porque essa gente só admite ver coisas de grande nível o que, se formos a ver caso por caso, está longe de ser verdade.
Não passso os dias a ver esse programa mas acompanho-o o mínimo suficiente para saber o que se passa por lá sem prejuízo de ver a BBC World, a CNN, a France24, a Al Jazeera e outros e mais uma ou outra série da Netflix e HBO nos intervalos de leituras favoritas.
Esta negação do Big Brother faz-me lembrar o fenómeno da Revista Maria, que era uma revistinha pequenina e fútil e que vendia, no tempo da Agência Portuguesa de Revistas, qualquer coisa como 480 mil exemplares. Era a publicação que mais vendia em Portugal, mas quase ninguém admitia comprá-la. ”Ai, vi naquela revista pequenina que a minha empregada leva lá para casa”, diziam umas madames enquanto outras diziam que a tinham lido no cabeleireiro.
O Big Brother é, de facto, uma pena. Podia ter melhores concorrentes, as tarefas semanais poderiam ser mais educativas e divertidas, para eles e para o público em geral. Mas quando há concorrentes capazes de confundir dentadura com ditadura… está tudo dito.
Agora, professora Zita Leal, eu também vejo o BB, entre outras razões mais sérias porque tenho saudades de ver gente sem máscara, que se toca e se beija ao vivo, se ri e se zanga, dorme toda junta e não sabe nada do que se passa aqui fora na maldita pandemia, protegida pelos testes negativos e sem outros contactos perigosos. Depois de os ver, então parto para coisas sérias. E em si, Professora Zita, também gostei muito da maneira bonita, graciosa e delicada como anunciou amar e ser amada pelo seu mais que tudo, ambos a entre ajudarem-se de joelhos doridos no chão a apanharem o que vos caíu.
Professora, volte depressa e, respeitosamente, aceite um beijinho digital.
Publicado no Minho Digital
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