Fernando Nobre (FN) – um perigoso demagogo e provocador
Por C. B. Esperança
No início de 2010 ainda considerava o médico, Fernando Nobre, uma figura fascinante e referência ética da solidariedade e do humanismo. Só a ignorância do seu carácter me levou a tão grosseiro erro de avaliação que o próprio se encarregou de confirmar.
Não conhecia então a composição dos órgãos sociais da AMI, que da multinacional do altruísmo um empreendimento familiar.
Quando em 2010 se candidatou à presidência da República, ainda me interroguei se era um homem bom cuja ambição o traiu ou um dissimulado que fazia o bem para alcançar objetivos que escondia. Ao apresentar-se sem ideologia, declarando não ser de direita nem de esquerda, deixou clara a opção de direita, que não tinha o direito de esconder.
O anúncio da candidatura junto ao Padrão dos Descobrimentos denunciou, pelo carácter simbólico do local, um nacionalista serôdio a prenunciar o populista perigoso, mas foi a incoerência dos apoios políticos a que já tinha emprestado, ou viria a emprestar, o nome que confirmou a leveza ética do ambicioso candidato a uma carreira política.
A vacuidade política e o percurso errático sepultaram a simpatia e o prestígio de que era credor. Que crédito podia merecer o apoiante de Durão Barroso, e congressista do PSD, de António Costa, do PS, e de Capucho, do PSD, mandatário do BE, alistado da Causa Monárquica, primeiro, e, então, já só simpatizante!?
O inquietante e medíocre percurso político acabaria por levá-lo a deputado do PSD pela mão de Passos Coelho e a um escondido acordo entre ambos para se tornar presidente da AR, acordo que Passos Coelho não pode honrar, dada a oposição do CDS e de vários deputados do PSD.
A Faculdade de Medicina de Lisboa ainda o mantém como catedrático convidado, mas a sua condição de médico negacionista das vacinas, que acusou os médicos que trabalham nos covidários de ganharem mais do que os outros, o que é falso, e de dizer que curou a mulher, a filha e ele próprio com fármacos já comprovadamente ineficazes, ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina, fazem dele um médico perigoso para a saúde pública.
A estrela da manifestação do passado dia 11, simbolicamente em frente da AR, “por um imperativo de consciência”, não pode deixar de obrigar a Ordem dos Médicos e a Fac. de Medicina de Lisboa a tirarem as devidas ilações e a tomarem posição. Aliás, a OM já tem o honroso antecedente de suspender os seus médicos negacionistas.
Basta-nos o partido fascista para estimular o negacionismo, não precisamos dos quem aí têm o coração, talvez frustrado por não ser o líder.
A defesa da saúde pública é um dever de todos.
Apostila – O percurso semelhante de duas apostas fortes de Passos Coelho, uma para deputado e presidente da AR, e outra como cabeça de lista à autarquia de Loures podem ser meras coincidências.
Etiquetas: CBE
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