5.1.22

No "Correio de Lagos" de Dezembro de 2021


Em Março de 2015
pedia-se, nesta página, que a autarquia providenciasse a remoção do gatafunho que a imagem da esquerda documenta pois, como lá se escrevia, para indignidade já bastava o Infante ter sido arredado do centro da praça. Ora, quando reproduzimos esse apelo numa das redes sociais de Lagos, recebemos os inevitáveis insultos, entre os quais o previsível “Porque não vão vocês limpar?!”. Pois bem, foi isso mesmo que tentámos fazer (com recurso a uma robusta esponja e a diversos diluentes!), mas não fomos bem-sucedidos, facto de que demos conta no mesmo local.

Mas a saga não ficou por aí pois, a certa altura, alguém da própria CML comentou, em tom lamentoso: “Ah!, se vocês soubessem quanto custa fazer esse trabalho...!”. Então, e reconhecendo que tinha toda a razão, contactámos uma empresa especializada que nos enviou um orçamento de € 400. Tínhamos chegado a pensar pagar do nosso bolso, mas pareceu-nos demasiado caro, mesmo tendo em conta a personagem em causa; no entanto, se houvesse mais gatafunhos a limpar, o preço seria certamente bem mais aceitável — embora o ideal fosse que víssemos a legislação a ser aplicada, pois ela prevê que os “artistas” paguem coimas que podem atingir € 25 000. Mas o certo é que, dois meses depois, a limpeza lá foi feita — o que aqui saudámos, como era nossa obrigação.
Ora, eis que, já recentemente, o nosso Infante foi brindado com o que à direita se vê, onde sobressai o brasileirismo “mídia” (deturpação de “media”, do latim, plural de “medium”) e a manifesta incapacidade de o escrevinhador seguir as linhas que o plinto já prevê para quem ali quiser exercitar a caligrafia. No entanto, parece que quem fez a limpeza se cansou depressa pois, à data em que escrevemos, não faltam nas redondezas outras inscrições, e bem maiores.

NOTA: Por falta de espaço, estas últimas, de manifesto interesse pedagógico (porque evidenciam até onde pode chegar a degradação impune do nosso espaço público), serão divulgadas em redes sociais de Lagos. Esperemos que, nessa altura, já possamos acrescentar um “de saudar”, referente à limpeza que se impõe. 

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