24.3.22

A longevidade da democracia ultrapassa a da ditadura

Por C. B. Esperança

Hoje é dia de celebrar a longevidade da democracia que o MFA (Movimento das Forças Armadas) legou a Portugal e aos portugueses.

Foi no seio das Forças Armadas, sobretudo no exército, a guarda pretoriana da ditadura, que germinou a revolta provocada pela guerra colonial, injusta, inútil e condenada ao fracasso. O povo e o MFA rapidamente transformaram em Revolução a oportunidade da mais bela de todas as madrugadas.

Em 25 de Abril de 1974 os militares escreveram uma soberba página da liberdade. Hoje, 17.500 dias depois, a democracia ultrapassou, em tempo, a mais longa ditadura europeia do séc. XX (17.499 dias). 

Cumpridos os objetivos dos três Ds do programa do MFA, Democratizar, Descolonizar e Desenvolver, apesar das tentativas frustradas de os desvirtuar ou de inverter a marcha da História, eis-nos a ultrapassar a duração da obscura ditadura com uma democracia de sucesso que nos integrou na União Europeia e libertou do isolamento a que a política do “orgulhosamente sós” nos havia condenado.

Só por má fé ou ignorância se pode negar o êxito da Revolução que nos conduziu a uma democracia liberal onde a alternância democrática é possível e as preocupações sociais se manifestam consoante a natureza dos governantes que o sufrágio popular legitima.

Num país sem tradições democráticas, esta segunda República, depois do interregno da longa noite fascista, é um feito que deve ser assinalado por todos os democratas, seja qual for o seu quadrante ideológico.

Sabemos que não há ditaduras perpétuas, mas também não há democracias vitalícias. É, pois, razão para não deixar murchar os cravos que floriram há 17.500 dias nos canos das espingardas do MFA, numa Revolução sem sangue, única no mundo.

Hoje e sempre, Viva o 25 de Abril!

Ponte Europa / Sorumbático

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2 Comments:

Blogger Carlos Diniz said...

Deixe-se de lérias. o 25 de Abril foi provocado pela publicação do Decreto-Lei 353/73, como bem sabe mas gosta de omitir. Não queira reescrever a história.

24 de março de 2022 às 18:22  
Blogger Carlos Esperança said...

Carlos Diniz,

Obrigado pelo comentário.

25 de março de 2022 às 22:17  

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