FRANÇOISE HARDY (1944-2024)
Por A. M. Galopim de Carvalho
Nunca pensei que a morte de Françoise Hardy me tocasse tão fundo como me tocou.
Sessenta anos volvidos sobre a minha estadia em Paris, nos anos em que ela foi a grande revelação na música francesa, igualando em audiência os maiores desse tempo, esta sempre jovem como eu a guardei num recanto da memória, desaparecera completamente do meu mundo, ao contrário do que aconteceu com Gilbert Bécaud, Yves Montand, Jacques Brel, Juliette Gréco, Charles Aznavour, Nana Mouskouri, George Moustaki (nunca apreciei Édith Piaf) e mais um ou dois que nunca deixei de ouvir.
Dizia eu que esta então embaixadora da canção francesa voltou subitamente ao meu mundo de hoje, não a jovem intérprete de “Tous les garçons et les filles de mon âge”, que tantas vezes ouvi no nosso apartamento no saudoso Hotel Blanadet, no 51 Rue Monge, mas a octogenária, que disse adeus ao mundo, após doloroso sofrimento.
Esta notícia do falecimento da compositora e cantora pop deu-me a consciência de como o tempo devorou 60 anos das nossas vidas, o que, convenhamos, não pode deixar de nos tocar.
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1 Comments:
Eu era quase criança, ainda usava tranças e invejava aquele cabelo que caía certo e seguro de ambos os lados do rosto. E também a viola que tanto gostaria de ter tido. Como imagens cada um guarda a que quer, firmo essa mesma: uma jovem bonita e despretensiosa a tocar e cantar.
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