19.9.24

O QUE IMPORTA SABER SOBRE O MAGMA (1)


Por A. M. Galopim de Carvalho

Comecemos por dizer que magma é um material da crosta ou do manto terrestres, na grande maioria de composição silicatada, total ou parcialmente fundido, provido de mobilidade que, ao solidificar, gera as chamadas rochas magmáticas ou ígneas. O termo radica no grego, "magma", que significa matéria rochosa.

Como ingredientes fundamentais do magma figuram quase sempre pouco mais de uma dezena de elementos químicos, os mais abundantes na crosta terrestre e, por isso, ditos principais ou maiores, cujas percentagens em peso são:

Oxigénio (O) - 46,6 

Silício (Si) - 27,7 

Alumínio (Al) - 8,1 

Ferro (Fe) - 5,0 

Cálcio (Ca) - 3,6 

Sódio (Na) - 2,8 

Potássio (K) - 2,7 

Magnésio (Mg) - 2,1 

São estes, pois, os principais constituintes dos minerais das rochas magmáticas, entre os quais os silicatos que, por si só, representam cerca de 99% da crosta terrestre. 

A estes elementos há ainda que juntar manganês /Mn), fósforo (P), titânio (Ti), carbono (C), enxofre (S) e hidrogénio (H). praticamente sempre presentes, embora em menores percentagens (em média).

O carbono, quando ligado quimicamente ao oxigénio, forma o conhecidíssimo dióxido de carbono que, com outros gases de menor representatividade igualmente libertados do magma, se evola durante as erupções vulcânicas.

O hidrogénio quando combinado com o oxigénio, gera a água. Nos resultados das análises químicas das rochas é normal haver referência a dois tipos de água. Um deles conhecido por «água mais» (H2O+) ou água de constituição, corresponde à água que faz parte da composição química de alguns dos seus minerais. O outro, designado por «água menos» (H2O-), corresponde à água de impregnação ou higroscópica (humidade), que se elimina aquecendo a rocha entre 105 e 110 °C.

Parte da água inicialmente contida no magma perde-se, quer em profundidade, no interior da crosta, indo alimentar outras fases da evolução petrogenética, quer à superfície, no vulcanismo. É esta água, no estado de vapor, que também se evola nas erupções vulcânicas.

Para além dos já referidos como elementos principais ou maiores (do inglês “major elements”), aqueles cujas percentagens, em peso, nas rochas é superior a 1%, há ainda a considerar os elementos menores (do inglês, “minor elements”) cuja presença nas rochas se situa, em termos percentuais, abaixo daquele valor.

Nestes há que distinguir elementos secundários (entre 1% e 0,1%) e elementos vestigiais ou elementos-traço (do inglês, “trace-elements”) que, como o nome indica, estão representados em quantidades ínfimas. A sua presença na composição dos minerais e das rochas é hoje fácil e rotineiramente pesquisada nos estudos petrológicos e geoquímicos. Consoante o rigor exigido pelas análises ou possibilitado pelos equipamentos disponíveis, a sua quantificação é expressa em ppm (partes por milhão) ou em cifras ainda menores, em ppb (partes por milhar de milhões, ppb, porque os autores em língua inglesa, chamam bilião ao milhar de milhões)

O termo oligoelemento (do grego, “oligós”, ínfimo) é ambíguo, pois tem sido usado quer como sinónimo de elemento menor quer como de elemento vestigial.

Uma outra classificação dos elementos com interesse geoquímico considera elementos litófilos, os habituais na formação da maioria das rochas (silício, alumínio, cálcio, sódio, potássio), elementos voláteis onde se incluem todos os que se podem vaporizar a partir dos fundidos de silicatos, a temperaturas inferiores a 1400 °C, em ambiente moderadamente redutor. O outro grupo compreende os elementos refractários que vaporizam acima do mesmo patamar e nos quais se separam elementos oxífilos (magnésio, crómio, titânio) e siderófilos (níquel, cobalto), consoante acompanham o oxigénio ou o ferro (em condições redutoras).

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