6.5.05

O espanto de Jorge Sampaio

(Carros de Bagão Félix, invariavelmente estacionados em cima do passeio - apesar de haver muito espaço no respectivo parque).

Esta e outras imagens (que eu em tempos obtive) foram exibidas na SIC e em três grandes reportagens de página-inteira no «24 horas». Devido a isso, e embora a muito custo (pois ele argumentava que sempre fora assim nos tempos de Guterres - o que se calhar até era verdade...), o Sr. Ministro lá aceitou passar a respeitar o Código-de-Estrada. Frequentemente, a poucos metros dali, a polícia costuma multar (e muito bem!) os automóveis que se encontram nas mesmas condições. Junto destes carros que aqui vemos, costumava também haver um ou dois agentes... mas de plantão.

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CLARO que foi com satisfação que acompanhei, pela Comunicação Social, a «Presidência Aberta» que, durante 4 dias, Jorge Sampaio dedicou às desgraças do nosso trânsito, nomeadamente aos DESASTRES a que, quase sempre impropriamente, toda a gente continua a chamar ACIDENTES.

Mas houve uma coisa que, acima de tudo, me fez confusão: foi o ar de infinita surpresa com que ele e demais responsáveis se referiram a uma realidade que qualquer cidadão conhece há anos e anos.

Então ainda é preciso «pegar no pessoal» e ir mostrar a IC19, o urbanismo criminoso, os assassinos-do-volante (e outras realidades semelhantes) e depois dizer, com ar de grande espanto, «Ah! Então a realidade é esta?! Não sabíamos! Mas está mal, não pode ser!!»?!

Em que mundo têm vivido até agora?

Basta-me olhar pela janela, aqui mesmo do sítio onde escrevo estas linhas, para ver a impunidade reinante:

Condutores a falar ao telemóvel, inúmeros carros circulando na faixa «BUS», outros estacionados em segunda e terceira filas, outros ainda ocupando completamente as paragens de autocarro ou a totalidade da largura dos passeios... e agentes da PSP e da Polícia Municipal (alternando com patuscos fiscais da EMEL), circulando a pé ou de motorizada, calmos, impávidos e serenos, como se não fosse nada com eles.

Há dias, interpelei dois desses agentes e perguntei-lhes como é que seria possível desenvencilhar de carros, carrinhas, camionetas, moto-4 e jipes o passeio por onde eu teimo em querer circular.

Disseram-me ambos que telefonasse para o 112; estranhei a resposta, mas assim fiz.

De lá, indicaram-me um outro número (o 217 654 242), e para ele liguei. Depois, daí (e sempre com muita música), fui passado de extensão em extensão... até perder a paciência e desligar.

Fui então à Internet e, na opção «Contacte-nos» da página www.psp.pt/, encontrei o endereço de e-mail das Relações Públicas da PSP (gcrpub@psp.pt).

Escrevi para lá, relatando a minha saga em poucas palavras, e perguntando (em letra bold!) uma coisa que, na minha ingenuidade, pensei que fosse fácil de responder:

«Qual é o número de telefone da PSP para onde eu posso ligar?»
Bem... isso já foi há vários dias. Agora espero sentado.

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PS: Dia 9 de Maio - 16h 02m:

Acabou de chegar a resposta da PSP ao meu mail. O texto respectivo está transcrito em "Comment", e nele se pode ler que a PSP me sugere que ligue, precisamente, para o telefone atrás referido.

4 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Amigo,

Há uma outra cena recorrente, para a qual reservo um texto especial (que ainda não redigi):

Perto da minha casa há um centro de apoio a cegos.
E é angustiante vê-los, desesperados, a tentar passar por entre carros, paragens de autocarro, cabinas telefónicas e "mupis".
E a 20 ou 30 metros um PSP-T, de serviço às obras do Metro, não mexe uma palha!

6 de maio de 2005 às 19:12  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

RESPOSTA DA PSP:

Exmº Sr Ribeiro,

Vimos acusar a recepção do seu mail, tendo o mesmo merecido a melhor atenção.

O nº 112 é um número com características definidas por lei, que apenas deverá ser usado em caso de emergência.

Quando necessitar de ligar para esta Polícia, poderá fazê-lo através do nº 21 765 42 42, que posteriormente o operador faz a triagem e encaminha a situação para o serviço correspondente.

No entanto poderá recorrer a outros números desta Polícia, nomeadamente da Divisão de trânsito. (Em anexo envio-lhe uma listagem com os números de telefone de alguns serviços do Comando de Lisboa).

Com os melhores cumprimentos.
COMANDO METROPOLITANO DA PSP DE LISBOA

Relações Públicas

9 de maio de 2005 às 18:10  
Anonymous Anónimo said...

Curioso e normal que a PSP nada refere quanto a resolver a situação que foi apontada, limitando-se a confirmar um numero de telefone ja utilizado e afinal nao serviu para nada.
Ao menos que a chamada para esse numero fosse grátis.
A situação no local manteve-se?

12 de maio de 2005 às 17:32  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Imagino que a resposta da PSP tenha sido "Chapa 3".

Curiosidades:

Como digo, foram os agentes da PSP interpelados por mim (um da Divisão de Trânsito e outro de uma bligada de bloqueamento) que me mandaram telefonar para o 112 - número esse que a própria PSP diz agora que não é o indicado!

Claro que a situação se mantém, e todos os dias.
E, por sinal, a poucas dezenas de metros da casa de Carmona Rodrigues, que ainda há pouco falava do assunto...

12 de maio de 2005 às 19:29  

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