Os estimáveis pândegos das estimativas
O FACTO de a rábula já ser esperada não lhe retira um grama de ridículo:
«O Ministério da Finanças defendeu (??) hoje que a adesão à greve da função pública não ultrapassou os 30 por cento da parte da manhã. Os sindicatos contrapõem com uma estimativa (??) de 75 por cento» - tudo a-olho, portanto...
- Qual greve? Meia, quando muito!
Compreende-se que (especialmente em política) haja várias opiniões acerca de uma coisa ou de outra. Mas como é que isso pode ser admissível quando estão em jogo números confirmáveis?!
Bem... é que, em Portugal, a realidade - mesmo a puramente numérica -, é adaptável ao gosto de cada um, e até uma questão como «quanto é 2 mais 2?» pode dar origem a respostas do tipo «depende...» ou «quanto quer que seja?»
Será pedir muito, aos intervenientes, que tenham um pouco mais de decoro e/ou contenção - já que rigor, pelos vistos, não está nos seus hábitos?
3 Comments:
Na última grande greve, contra o governo PSD/CDS, os números foram mais carticato-divertidos pois somavam 100%:
20/80 (segundo o governo) e 80/20 (segundo os sindicatos).
Mas, segundo o Expresso de hoje, a grve de ontem também já se afeiçou a esse modelo:
30/70 (segundo o governo) e 70/30 (segundo os sindicatos).
E se fossem (eles todos!) "gozar com a prima" que lhes faz as estatísticas?
C.E.
PIOR!!!
Segundo o «DN» de 16 Jul 05, os valores são 15% (segundo o Governo) e 75% (segundo os Sindicatos)!!!
A-OLHO...
Vários comentadores (entre eles, Marcelo R. Sousa, hoje) dizem que "tiram a média" entre os 2 valores - e isso diz tudo sobre o que, para os portugueses, é a exigência de rigor!
(Note-se que não se está a falar de pequenas diferenças como 45/50! Está-se a falar de 15/75!!).
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