15.7.05

Os estimáveis pândegos das estimativas

O FACTO de a rábula já ser esperada não lhe retira um grama de ridículo:

«O Ministério da Finanças defendeu (??) hoje que a adesão à greve da função pública não ultrapassou os 30 por cento da parte da manhã. Os sindicatos contrapõem com uma estimativa (??) de 75 por cento» - tudo a-olho, portanto...

- Qual greve? Meia, quando muito!

Compreende-se que (especialmente em política) haja várias opiniões acerca de uma coisa ou de outra. Mas como é que isso pode ser admissível quando estão em jogo números confirmáveis?!

Bem... é que, em Portugal, a realidade - mesmo a puramente numérica -, é adaptável ao gosto de cada um, e até uma questão como «quanto é 2 mais 2?» pode dar origem a respostas do tipo «depende...» ou «quanto quer que seja?»

Será pedir muito, aos intervenientes, que tenham um pouco mais de decoro e/ou contenção - já que rigor, pelos vistos, não está nos seus hábitos?

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Na última grande greve, contra o governo PSD/CDS, os números foram mais carticato-divertidos pois somavam 100%:

20/80 (segundo o governo) e 80/20 (segundo os sindicatos).

Mas, segundo o Expresso de hoje, a grve de ontem também já se afeiçou a esse modelo:

30/70 (segundo o governo) e 70/30 (segundo os sindicatos).

E se fossem (eles todos!) "gozar com a prima" que lhes faz as estatísticas?

C.E.

16 de julho de 2005 às 14:42  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

PIOR!!!

Segundo o «DN» de 16 Jul 05, os valores são 15% (segundo o Governo) e 75% (segundo os Sindicatos)!!!

17 de julho de 2005 às 12:06  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

A-OLHO...

Vários comentadores (entre eles, Marcelo R. Sousa, hoje) dizem que "tiram a média" entre os 2 valores - e isso diz tudo sobre o que, para os portugueses, é a exigência de rigor!

(Note-se que não se está a falar de pequenas diferenças como 45/50! Está-se a falar de 15/75!!).

17 de julho de 2005 às 22:38  

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