23.7.05

A seca inventada - I

FERNÃO Lopes nasceu por volta de 1380 sendo, portanto, contemporâneo de D. João I (cuja crónica escreveu), mas talvez não de D. Fernando (*) e muito menos de D. Pedro I - cujas crónicas, sendo também de sua autoria, foram escritas confiando apenas em testemunhos e documentos da época.

Onde é que eu quero chegar? Quero lançar a dúvida sobre a veracidade de tudo o que dele li! Ora veja-se como tenho razão:

Apesar de ser um assunto que já enjoa, ainda ontem o «Correio da Manhã» trazia duas páginas inteiras a propósito do «arrastão de Carcavelos», com gente a garantir que existiu e outra a jurar o contrário!

Hoje mesmo, Pedro d' Anunciação, no «Expresso» («Zapping»), garante que, em Portugal, não está provado que exista seca nenhuma, pois é coisa que tem todo o aspecto de ser semelhante ao arrastão, uma criação dos media para encherem jornais e telejornais.

E diz mesmo, entre muitas outras afirmações semelhantes: «Toda a gente que eu conheço toma banho e bebe água com fartura».

Ora, se isto é assim no Século XXI (com gente que pode ver a realidade ao vivo mas não sabe ao certo o que vê), como é que podemos confiar num patusco do Século XIV que se pôs a debitar coisas que diz que leu e ouviu - mas que não presenciou?!
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D. Fernando morreu em 22 de Outubro de 1383

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Querem outro excelente exemplo? a Biblia. O Novo testamento, na sua grande maioria foi feito por estemunhas que não estiveram presentes no local. Ouviram dizer, através de testemunhos que... e assim por diante. No entanto, tornou-se uma das maiores verdades.
E depois, aquilo que mancha um sistema, não se admite. Lembrem-se do ministro de Sadam. Os soldados invasores estavam à porta de bagdad e ele continuava dizer que estava tudo bem, que estavam a ganhar. Estratégia.

24 de julho de 2005 às 08:57  
Anonymous Anónimo said...

caro sorumbático,

arrastão foi ilusão

defice orçamental não existe

estagnação económica, nem pouco mais ou menos!

injustiça social em Portugal... mas que disparate!

penso mas não existo. :-))))

24 de julho de 2005 às 10:01  
Anonymous Anónimo said...

A visão do Pedro d' Anunciação é a mesma do garoto da cidade que julga que os ovos nascem das árvores e coisas assim.

Talvez o levasse a visitar a terra dos meus sogros (no Alentejo), mas o pior eu era ter de aturar um tonto.

É que ele, se calhar, impressionava-se ao ver o gado sem pasto e iria perguntar:

«Mas porque é que não mandam vir do restaurante comida para os bichinhos?»

Duarte

24 de julho de 2005 às 12:54  
Anonymous Anónimo said...

Eu tb li.
O que irrita no texto do homem é a sua arrogância, o ar de quem todos são parvos e ignorantes, menos ele.

E pretende ter graça. Só se nos rirmos... dele!

24 de julho de 2005 às 12:56  

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