18.7.05

UM dia destes, a RTP trazia, em rodapé do Telejornal (entre as notícias mais importantes do mundo):

«O primeiro exemplar do novo livro do Harry Potter vendido em Londres foi comprado por uma criança portuguesa!!».

Ai, saloiíce, a quanto obrigas!
*

No desenho que aqui se mostra, a legenda podia ser:

- Claro que o estou a roubar, meu caro! Mas você devia ter orgulho por ser roubado por um PORTUGUÊS!
- E tenho, Doutor! E tenho!

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O importante é que a criança era portuguesa!!
Mesmo se, por absurdo, tivesse roubado o livro e tivesse sido presa por isso, o facto teria de ser noticiado e a criancinha defendida pelo povo.
A essa noção de nacionalismo pacóvio, há quem chame patriotismo.
Mas, por outro lado, a nação está tão mal, que coisinhas destas, mesmo ridículas, servem para melhorar a auto-estima.

O Benfica perdeu ontem?
Não faz mal! Ganhou «o Chelsea de Mourinho», que é português!

C.E.

18 de julho de 2005 às 18:20  
Blogger maria said...

e se contar que me fizeram ficar com um sorriso aparvalhadito com esta "notícia de roda-pé", a palavra saloiíce e a vitória do treinador que tem BI português?... incrível...
e a partir daqui, dizer o quê? não tarda, que a criancinha entrará no guiness ou coisa do género, dos primeiros a conquistar a façanha única das primeiras cópias do jovem-feiticeiro vendidas... sabe-se lá, em nome do elevar da moral nacional... sabe-se lá... começo a acreditar no mais bizarro das bizarrias...

19 de julho de 2005 às 00:30  
Anonymous Anónimo said...

Roda-pé é bem...
Ò casmurro, não foi apenas rodapé, foi mesmo reportagem, alardeada pelo Rodrigues dos Santos na introdução. Eu ouvi, sim o verbo é correcto, com estes que a terra irá comer.
fil2

19 de julho de 2005 às 00:42  
Anonymous Anónimo said...

Já a minha avó dizia "em terra de cegos, quem tem um olho é rei".... (deve ter sido essa também a fonte de inspiração de Saramago no seu ensaio sobre a loucura.... eheheheh... (que me perdoe o galardoado, mas não resisti....), mas voltando à saloíce das notícias em questão,não vi nem ouvi, porque notícias na tv, normalmente só vejo mesmo é na BBC e Euronews. Recomendo. Do mal o menos. O noticiário portugês é muito bairrista.
Bem,este meu palavreado todo, na realidade serve mesmo é só para transcrever aqui um texto extraido de um livro já muito velhinho mas que me parece muito actual .... ora aí vai:
"Há três ismos que deviamos ter sempre em consideração: o regionalismo, o nacionalismo e o internacionalismo. Aquele de que mais se fala, que faz com que se grite e marche e mate, aquele que parece sempre dominar todas as profundezas, confianças e exaltações é, claro está, o nacionalismo. Eu diria mesmo mais... nove em cada dez acham que, destes três ismos, o que mais força tem , o big boss, é o nacionalismo e que regionalismo e internacionalismo são meras sombras, pálidas e inconsequentes. Ora, eu acho isso tudo, uma grande treta. Tal como muitos outros big bosses, o nacionalismo não passa de um bicho papão: tão falso como um ramo feito de flores de plástico. O regionalismo, pelo contrário, é uma erva escondida no prado: há muita gente, que o é sem o saber, sem nunca sequer ter utilizado o termo. Por terem crescido numa certa parte do mundo, criaram uma forte ligação à paisagem, à forma de falar, aos usos e costumes, à gastronomia, à música e até às anedotas dessa mesma zona, estando por isso muito enraizados na sua região. (...) Se tirarmos ao nacionalismo aquilo que ele tomou de empréstimo, ou roubou, ao regionalismo, não fica quase nada.
A nação quando separada da região, é quase só a criação de power men e manipuladores políticos.
Quase todos os movimentos nacionalistas são liderados por pessoas frustradas e ambiciosas nos seus cargos públicos.
Bem, eu nem sequer as culpo...se calhar, se eu estivesse no lugar delas e quisesse assim tanto o poder, fazia a mesma coisa.
E, essas pessoas fazem quase sempre uso do sentimento regional, que é o verdadeiro dinamo emocional do movimento, apesar delas próprias, nem sequer se deixarem tocar por ele. Isto porque, por norma , não são leais a nenhuma região. A ambição e o amor ao poder corroem como ácido os tecidos da lealdade regional (...) e é por isso, que tudo aquilo que iria realmente beneficiar a vida da região onde todos vivemos acaba sempre por ser sacrificado ao poder e ao prestigio da nação e à vaidade pessoal de presidentes e ministros." ( tradução livre de excertos do Essays of Five Decades de J.B.Priestley. )

19 de julho de 2005 às 09:08  
Anonymous Anónimo said...

Ora aqui está um "Comentário 5 estrelas"!
"Made in Madeira, I presume..."

19 de julho de 2005 às 09:12  

Enviar um comentário

<< Home