9.8.05

Sincronizadíssimos!

EM CERTAS telenovelas, mal as personagens aparecem, já sabemos o que vão fazer e dizer.

Passa-se o mesmo com muita gente - como Jorge Coelho, p.ex., ao contrário do que sucede com Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira e até Lobo Xavier (que conseguem manter independência de pensamento em relação aos partidos a que pertencem).

De facto, quer na «Quadratura do Círculo», quer nos seus textos no «DN», quer nos seus inflamados discursos, sabe-se de antemão que Jorge Coelho apenas vai debitar o que o PS já disse - e, se este mudar de opinião, ele também o faz e com a mesma convicção.

Às vezes, com António Vitorino não é bem assim, e deu nas vistas o facto de ele ter defendido a necessidade de estudos credíveis para a Ota e para o TGV, ao contrário de outros que dizem que os estudos já estão todos feitos - embora não os mostrem.

No entanto, ontem, estava a dar o programa dele na RTP1, quando um velho amigo meu, que estava em minha casa, se levantou e se despediu:

«Já sei tudo o que ele vai dizer» - comentou, enfastiado.

E concluiu:

«Olha, hão-de perguntar-lhe porque é que o Vara foi para a CGD. Ele vai virar a pergunta do avesso, e responder que "era o que faltava se, pelo facto de o homem ser do PS, não pudesse ocupar o lugar"...»

E, mesmo depois de eu me ter prontificado a mudar de canal, foi-se embora.
Disse-me que ia comprar tabaco.
Mas, pelo que ouvi no seguimento da entrevista, acho que ele foi, simplesmente, jogar no Totoloto!

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não concordo.
Neste texto, supõe-se que o homem vai jogar porque adivinha coisas difíceis.
Ora o que ele adivinhou, em relação ao Vitorino, não tem nada de difícil. Era evidente que A. V. ia papaguear aquilo )ou o oposto, se necessário fosse).

A grande anedota foi o elogio que ele fez da Cardona, com o requinte de nos esclarecer que nunca se opôs a que ela fosse para a CGD! Pior a emenda que o soneto.

(A propósito de "soneto": esses gajos fazem-me "sono"...)

E.R.R.

9 de agosto de 2005 às 13:28  
Anonymous Anónimo said...

Tão irritantes são os 100% previsíevis (como é o caso referido do J. Coleho), como os 200% imprevisíveis (como o Mário Soares, que ainda há pouco dizia "Basta!" à vida política).

9 de agosto de 2005 às 15:08  
Anonymous Anónimo said...

Sendo "homens do aparelho", Coelho e Vitorino têm de agir e falar assim, enquanto JPP e Marcelo não.
O próprio Lobo Xavier se torce todo quando é preciso dizer qq coisa em desacordo com o CDS.
A estupidez maior está em quem convida para comentadores pessoas que pelas suas funções partidárias não podem ser imparciais.
Tb já tivemos o José Magalhães, na mesma onda de Yes-man, que tb viu recompensada a fidelidade.

9 de agosto de 2005 às 16:19  
Anonymous Anónimo said...

os yes- man, a mim, fazem-me sempre lembrar aquela canção muito velhinha "feliz, feliz como os bois, o são nos currais, e são tão felizes. os animais..." lembram-se????
lily of the valley

9 de agosto de 2005 às 18:14  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Faltam as primeiras 4 palavras:

«É um homem feliz /...»

9 de agosto de 2005 às 18:16  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Corrigindo: só faltavam 3 palavras (e não 4).

Já que estamos numa de "back to the sixties":

Sabe dizer-me quem é que escreveu essa letra e essa música?

9 de agosto de 2005 às 19:26  
Anonymous Anónimo said...

Não tenho a certeza ....
só a melodia e essas palavras é que me ficaram para sempre no ouvido... fizeram-me tanto sentido que nunca mais me esqueci e muitas vezes me aparecem assim vindas lá dos confins a ironizar situações do nosso quotidiano... mas estou praqui a pensar se não seria do Padre Fanhais...?
Lily

9 de agosto de 2005 às 20:29  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Conheço a canção desde 1964-65 e julgo que é anterior ao Fanhais.
Qualquer coisa como o Luís Cília.

Se eu descobrir, aviso.

9 de agosto de 2005 às 20:32  

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