O Grande Eclipse de 2005
O GRANDE acontecimento astronómico do ano não ocorre de noite. É um espectacular eclipse do Sol que se regista na manhã de segunda 3 de Outubro.
O acontecimento está à porta e ainda pouco se tem falado dele, apesar de ser o maior eclipse visto de Portugal continental desde 1912.
Será preciso esperar por 2028 para poder ver no nosso país algo de semelhante.
O eclipse começa dia 3 pelas 8h40min, hora legal, uma hora depois de o Sol se erguer. Nada se notará a princípio, a não ser que se observe o astro-rei com equipamento apropriado. Mas, ao se aproximarem as 10h, tudo muda de figura. Mesmo os transeuntes mais distraídos notarão que o céu escurece e que a terra parece ganhar tons arroxeados. É uma sensação difícil de definir, mas marcante.
Não se trata de um eclipse total do Sol. Se o fosse, seríamos mergulhados na escuridão quase total. Mas nem por isso o evento deixa de ser menos espectacular. Desta vez, as distâncias relativas entre a Terra, o Sol e a Lua são tais que o nosso satélite tem nessa data um tamanho aparente ligeiramente menor que o do Sol. Sendo assim, interpõe-se entre nós e a nossa estrela, mas não a consegue tapar por completo. No momento decisivo, deixa a luz escapar-se por um fino bordo luminoso que o Sol desenha em torno da Lua. Tudo se passa como se a nossa estrela, em vez de ser um disco amarelo e cheio fosse apenas um fino anel de luz. É um eclipse anular do Sol.
O alinhamento perfeito do Sol e da Lua apenas se regista numa faixa estreita. Fora dela, o eclipse não é visto como anular, mas apenas como parcial. Desta vez, temos a sorte de a faixa central passar pelo nosso território, abarcando grande parte do Minho e de Trás-os-Montes. Haverá certamente muitos curiosos que se deslocarão a essa região para ver o centro do disco do Sol comido pela Lua.
Fora da faixa central, o eclipse é visto como parcial, com o disco solar mordido de lado pela Lua. Nem por isso deixa de ser interessante e notório. Mesmo no Algarve, a região do Continente mais afastada do centro da sombra da Lua, o Sol apresenta-se suficientemente dentado para a sua luminosidade diminuir significativamente.
O momento central do eclipse ocorre poucos minutos antes das 10h (horas legais no Continente e na Madeira, uma hora antes nos Açores). A partir daí, os acontecimentos realizam-se em sentido inverso e a luminosidade habitual do dia regressa pouco a pouco. Pelas 11h18, a Lua afasta-se completamente da frente do Sol e tudo regressa à normalidade. Quem queira ver e eclipse na faixa central deverá planear já a sua deslocação. O NUCLIO de divulgação astronómica organiza uma viagem a Trás-os-Montes e planeia uma série de actividades (www.nuclio.pt). Outras organizações têm programas de observação espalhados pelo país.
(Adapt. do «Expresso»)
O acontecimento está à porta e ainda pouco se tem falado dele, apesar de ser o maior eclipse visto de Portugal continental desde 1912.
Será preciso esperar por 2028 para poder ver no nosso país algo de semelhante.

Não se trata de um eclipse total do Sol. Se o fosse, seríamos mergulhados na escuridão quase total. Mas nem por isso o evento deixa de ser menos espectacular. Desta vez, as distâncias relativas entre a Terra, o Sol e a Lua são tais que o nosso satélite tem nessa data um tamanho aparente ligeiramente menor que o do Sol. Sendo assim, interpõe-se entre nós e a nossa estrela, mas não a consegue tapar por completo. No momento decisivo, deixa a luz escapar-se por um fino bordo luminoso que o Sol desenha em torno da Lua. Tudo se passa como se a nossa estrela, em vez de ser um disco amarelo e cheio fosse apenas um fino anel de luz. É um eclipse anular do Sol.
O alinhamento perfeito do Sol e da Lua apenas se regista numa faixa estreita. Fora dela, o eclipse não é visto como anular, mas apenas como parcial. Desta vez, temos a sorte de a faixa central passar pelo nosso território, abarcando grande parte do Minho e de Trás-os-Montes. Haverá certamente muitos curiosos que se deslocarão a essa região para ver o centro do disco do Sol comido pela Lua.
Fora da faixa central, o eclipse é visto como parcial, com o disco solar mordido de lado pela Lua. Nem por isso deixa de ser interessante e notório. Mesmo no Algarve, a região do Continente mais afastada do centro da sombra da Lua, o Sol apresenta-se suficientemente dentado para a sua luminosidade diminuir significativamente.
O momento central do eclipse ocorre poucos minutos antes das 10h (horas legais no Continente e na Madeira, uma hora antes nos Açores). A partir daí, os acontecimentos realizam-se em sentido inverso e a luminosidade habitual do dia regressa pouco a pouco. Pelas 11h18, a Lua afasta-se completamente da frente do Sol e tudo regressa à normalidade. Quem queira ver e eclipse na faixa central deverá planear já a sua deslocação. O NUCLIO de divulgação astronómica organiza uma viagem a Trás-os-Montes e planeia uma série de actividades (www.nuclio.pt). Outras organizações têm programas de observação espalhados pelo país.
(Adapt. do «Expresso»)
3 Comments:
Segundo o site http://www.eclipseanular.com, o eclipse terá lugar às 8h54. Sendo o referido site espanhol, em Portugal não deveria ocorrer às 7h54 (e não às 9h55, conforme ilustrado)?
Será precisa a habitual protecção para os olhos?
C.E.,
Sim, será necessário protecção para os olhos.
Nuno Crato vai abordar esse assunto em breve.
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