Afinal, quem ganhou as eleições?

EM PORTUGAL, a questão é particularmente irritante porque já andamos a ouvir a mesma conversa há 30 anos: quem é que ganhou as eleições?
Numa rápida volta pela Internet, p. ex., chegamos à conclusão que, nas de domingo, ganharam todos!

O certo é que é sempre possível arranjar forma de isso suceder - e nem sequer é preciso recorrer a grandes sofismas:

Uns, porque tiveram mais votos do que outros; estes, porque, embora tendo menos votos do que os outros, tiveram mais do que tinham antes; outros ainda, porque tiveram menos votos mas tiveram mais câmaras (ou vice-versa); há ainda aqueles que não desceram tanto quanto se dizia ou receava - e por aí fora, numa miríade de hipóteses que proporcionam a felicidade universal...

Ora, sendo isso verdade, uma boa forma de resolver o problema pode ser perguntar, na véspera, a cada partido (ou candidato):«O que é, para si, uma vitória?» - depois da eleição, vai-se ver os resultados e tiram-se as conclusões - mesmo que elas (o que seria óptimo!) agradem a todos.

NOTA: No caso do PS, o «critério de vitória» chegou a ser «Vencer Lisboa, Porto e Sintra». Nos últimos dias, porém (e muito avisadamente), o objectivo mudou - mas isso não interessa para o raciocínio...

(Imagem: www.vadiando.com/archives/champagne_rubiablog.jpg)