A confissão

CERTO DIA, um padre deu um jantar de despedida pelos seus 25 anos de trabalho à frente da paróquia.

Para a cerimónia, foi convidada a principal autarca da região, a quem a população da terra incumbiu da entrega de um presente e de proferir o inevitável discurso.
Mas, como ela se atrasou e os rissóis estavam a arrefecer, o sacerdote foi proferindo algumas palavras de circunstância:

«A primeira impressão que tive desta paróquia foi desastrosa - pensei que o bispo me tinha enviado para um lugar terrível! É que a primeira pessoa que se confessou disse-me que tinha roubado um aparelho de TV, que tinha roubado dinheiro dos seus pais e da firma onde trabalhava, além de se dedicar ao tráfico e à venda de drogas e armas! Imaginem, meus amigos, como fiquei assustado!».

Tinha ele acabado de dizer isto, quando chega a boa senhora, a quem foi, de imediato, dada a palavra.
Depois de pedir muita desculpa pelo atraso, sorriu, e lá começou o seu discurso:

«Recordarei para sempre o dia em que o padre Chico chegou à nossa paróquia... Como poderia esquecê-lo, se tive a honra de ser a primeira pessoa que ele aqui confessou?»

(Adapt. de JESCA; imagem: www.expo500anos.com.br/painel_02.html)