O que é feito do voto electrónico? (*)
NAS últimas eleições muito se falou - e ainda bem! - do voto electrónico; mas, agora que se avizinham mais duas e um referendo, o assunto parece morto.
Ou talvez não, até porque se trata de um processo trabalhoso e demorado:
Numa primeira fase, todo o trabalho desenvolvido durante vários anos tem de ir para o lixo.
Depois, é preciso dar tempo a que o Governo nomeie um grupo-de-estudo para criar uma comissão-de-especialistas de onde sairá um grupo-de-sábios a quem serão dados quatro anos para propor um novo sistema.
Só os cínicos é que comentam que «inventar a roda pode sair caro mas, enquanto eles o fazem, estão entretidos...»
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(*) -: Uma versão preliminar deste texto foi aqui afixada há algum tempo. Esta foi a versão que o «DN» publicou ontem, com o título «O voto electrónico» e com a última frase cortada.
Assim, temas como esse ou o choque-tecnológico deverão ser evitados a todo o custo nos próximos tempos, cumprindo o velho preceito de «não falar de corda em casa de enforcado».
Ou talvez não, até porque se trata de um processo trabalhoso e demorado:
Numa primeira fase, todo o trabalho desenvolvido durante vários anos tem de ir para o lixo.
Depois, é preciso dar tempo a que o Governo nomeie um grupo-de-estudo para criar uma comissão-de-especialistas de onde sairá um grupo-de-sábios a quem serão dados quatro anos para propor um novo sistema.
Só os cínicos é que comentam que «inventar a roda pode sair caro mas, enquanto eles o fazem, estão entretidos...»
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(*) -: Uma versão preliminar deste texto foi aqui afixada há algum tempo. Esta foi a versão que o «DN» publicou ontem, com o título «O voto electrónico» e com a última frase cortada.
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Reconheço que, depois do monumental e imperdoável hino-à-incompetência que foi o bloqueio dos computadores do STAPE durante 3 horas, vir falar de voto-electrónico só pode ser entendido como uma piada-de-mau-gosto.Assim, temas como esse ou o choque-tecnológico deverão ser evitados a todo o custo nos próximos tempos, cumprindo o velho preceito de «não falar de corda em casa de enforcado».
6 Comments:
NOTA: Curiosamente, o logótipo que aqui se mostra, com data de 2004, é português.
A propósito da barracada informática de ontem, um leitor optimista escreve, no ABRUPTO, que não percebe "porque é que se diz mal do serviço, esquecendo as outras vezes em que a coisa corre bem"!
Ou seja: a informática-do-Estado é para funcionar, sim - mas só se lhe deve exigir que o faça "a maior parte das vezes".
Bem português, esse raciocínio!
C.E.
MAIL RECEBIDO DE DIOGO VASCONCELOS, EX-RESPONSÁVEL PELO ASSUNTO:
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Caro Medina Ribeiro
O Voto Electrónico é hoje uma temática incontornável na maioria das Democracias, enquanto forma de aumentar a participação dos eleitores e tornar mais rápido e eficaz o processo eleitoral. Para além dos benefícios tradicionalmente associados, como a possibilidade de votar em mobilidade a partir de qualquer assembleia de voto , a redução drástica da utilização de recursos naturais como o papel, a maior facilidade, fiabilidade e rapidez do processo de votação, o Voto Electrónico permite ainda a participação plena e autónoma dos cidadãos com necessidades especiais no processo eleitoral.
O Voto Electrónico é, assim, fundamental para combater abstenção e para facilitar a universalidade do voto.
Foi desenvolvido um trabalho sério pela UMIC, de desenvolvimento e teste de diferentes soluções. Nas Eleições Europeias de 2004 é introduzido o tema, feita a parceria com o STAPE, e o projecto é apresentado e aprovado pela Comissão Nacional de Eleições e pela Comissão Nacional de Protecção de Dados, as quais acompanharam de perto a sua execução. Envolveram-se ainda as universidades em auditorias de segurança e os presidentes de juntas de freguesia, de meios urbanos e rurais, na formação dos agentes eleitorais.
Nas Eleições Legislativas fomos mais longe, na sequência das recomendações dos auditores: os líderes partidários puderam, eles próprios testar urnas electrónicas, testou-se pela primeira vez uma solução de identificação central dos eleitores, plataforma fundamental para possibilitar o voto em mobilidade, concebeu-se de início uma plataforma de voto não presencial para os emigrantes, usaram-se, pela primeira vez, urnas com "paper trail" e urnas falantes para deficientes, etc). Em ambos os casos, houve uma preocupação de motivar, sensibilizar e envolver a população, cuja receptividade foi, aliás, extraordinária. Estas experiências foram indispensáveis para introduzir o tema na agenda, gerar conhecimento nos diversos serviços públicos envolvidos e ao nível, e criar confiança na população - elementos indispensáveis para se passar para a fase vinculativa.
Numa lógica de "accountability", a UMIC lançou em 2004 o portal Voto Electrónico http://www.votoelectronico.pt
que dá acesso detalhado ao trabalho desenvolvido neste dominio, aos relatorios das auditorias de segurança feitas pelas universidades (as quais foram tidas em conta para a experiência das últimas eleições legislativas) , aos estudos de opinião sobre as experiências-piloto nas Europeias 2004 e nas Legislativas 2005, bem como a descrição exaustiva das experiências internacionais .
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Por razões pedagógicas, era interessante se pudesse dar a conhecer aos leitores do Sorumbatico o URL do site em causa.
Obrigado!
Ab amigo
Diogo Vasconcelos
Já existe em Portugal uma central de biomassa.
É no centro do país, em Mortágua, produz 10 MegaWatt a partir de resíduos florestais, e bem podia haver mais (pois contrari eficazmente os fogos).
Mas a maior vantagem do Voto Electrónico será, no futuro, poder-se votar em qualquer sítio.
O meu filho, p.ex., teve de fazer 2 vezes 320 km (do Algarve a Lisboa) para votar!
O logotipo apresentado no post não é português, mas europeu, foi a campanha utilizada nas Eleições Europeias 2004 por todos os paises da União Europeia. O e refere-se assim a europeias e não a electrónico...
Obrigado, fica o esclarecimento.
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Obs: a imagem foi obtida na página
www.internet.gov.pt/
(www.internet.gov.pt/ imagens/noticias/evote_2.gif)
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