O ti' Jolo
I - HÁ uns meses, ainda inebriado pela vitória nas legislativas, Jorge Coelho afirmou, na «Quadratura do Círculo», estar «convencido de que as próximas eleições autárquicas serão um grande voto de confiança no GOVERNO», repetindo (por simetria) a barbaridade de Guterres em 2001.
Mas essas duas fífias foram «a excepção à regra», pois o comportamento geral dos partidos (não só em Portugal, mas no mundo todo) é o oposto, e sempre o mesmo:
Se lhe palpita que o Governo está a desgastar-se, a Oposição procura "tirar ilações nacionais da votação", nem que esta tenha sido para o Parlamento Europeu, o aborto, a regionalização, a Constituição Europeia, as autárquicas ou as presidenciais - tudo serve.
Em troca, o Governo proclama: «Estas eleições são para o que são, e não para julgar o executivo!».
Mas bem podiam estar todos calados pois, em breve (no seguimento da inevitável «alternância democrática»), poderemos vê-los, sem excepção alguma, a defender «o inverso do contrário do oposto»!!
II - O certo é que também entra nisto o que poderíamos chamar «a síndrome do tijolo», material de construção concebido para fazer paredes mas que, em caso de extrema necessidade, pode ser usado como eficaz arma-de-arremesso:
Nos tempos da ditadura, quando havia eleições para qualquer coisa (nem que fosse para uma associação recreativa ou para um clube de futebol), muitas pessoas queriam saber qual era o candidato da Oposição - e votavam em conformidade.
Mas isso justificava-se porque não havia alternativas; no Portugal democrático, há.
III - ENTRETANTO, bem podemos «esperar sentados» que algum dia haja pedagogia democrática feita por quem a devia ministrar - ela nunca virá da rapaziada que se especializou, precisamente, na pesca em águas turvas.
Mas essas duas fífias foram «a excepção à regra», pois o comportamento geral dos partidos (não só em Portugal, mas no mundo todo) é o oposto, e sempre o mesmo:
Se lhe palpita que o Governo está a desgastar-se, a Oposição procura "tirar ilações nacionais da votação", nem que esta tenha sido para o Parlamento Europeu, o aborto, a regionalização, a Constituição Europeia, as autárquicas ou as presidenciais - tudo serve.
Em troca, o Governo proclama: «Estas eleições são para o que são, e não para julgar o executivo!».
Mas bem podiam estar todos calados pois, em breve (no seguimento da inevitável «alternância democrática»), poderemos vê-los, sem excepção alguma, a defender «o inverso do contrário do oposto»!!
II - O certo é que também entra nisto o que poderíamos chamar «a síndrome do tijolo», material de construção concebido para fazer paredes mas que, em caso de extrema necessidade, pode ser usado como eficaz arma-de-arremesso:
Nos tempos da ditadura, quando havia eleições para qualquer coisa (nem que fosse para uma associação recreativa ou para um clube de futebol), muitas pessoas queriam saber qual era o candidato da Oposição - e votavam em conformidade.
Mas isso justificava-se porque não havia alternativas; no Portugal democrático, há.
III - ENTRETANTO, bem podemos «esperar sentados» que algum dia haja pedagogia democrática feita por quem a devia ministrar - ela nunca virá da rapaziada que se especializou, precisamente, na pesca em águas turvas.
3 Comments:
Na realidade, e no seguimento das eleições europeias, também Durão Barroso disse que "tinha entendido o sinal do povo"... e "bazou".
Além de (como neste post se refere, e é verdade) Jorge Coelho ter dito que as autárquicas reflectiriam o apoio ao governo, também Sócrates, há 4 anos, apoiou Guterres na sua estapafúdia conclusão.
Mas, como aqui também se diz, todos eles defenderão (e já amanhã, se for preciso) "o inverso do contrário do oposto".
C.E.
Depois de ouvir o que ouvi da maioria dos "altos" responsáveis políticos deste país concluí que:
1- Acham que os Portugueses são estúpidos em geral;
2- São deficientes intelectuais em geral;
3- São anormais em geral;
4- São néscios e inconscientes em geral.
Ora se a iletracia portuguesa é um facto, o que se pode comprovar pela audição/visão das nossas TVs, quer pela reprodução de entrevistas de rua e não só e pela aderência a determinados programas televisivos; pergunta-se:
Quem são os responsáveis?
Quem tem nas mãos os meios de alterar este estado de coisas?
Não era o regime do Estado Novo que controlava/condicionava com mão de ferro quem poderia aceder a uma sociedade do conhecimento e da cultura?
Porquê?
Pelos vistos estamos "democráticamente" a cair no situação estatística de inúmeros "letrados" com a qualidade de iletrados!
Isto conduz, naturalmente, a uma maior capacidade dos políticos bem falantes de indicador em riste de punho ameaçador à manipulação da massa acrítica em que se tornaram muitos portugueses!
Um exemplo deixou-me estarrecido
O Voto em V.Loureiro foi um voto no homem que mais fez em Gondomar, mas foi também um voto contra os partidos que tiveram a desconsideração de apresentar a candidatos o refugo dos partidos. Estavam á espera de quê? A reacção de VL foi miserável, ele não compreendeu isso. Deve ter pensado que o povo de Gondomar o estava a branquear das apitadelas e das batatas. O povo de Gondomar não tinha alternativa, e em vez de assumir com humildade e contenção democrática a sua vitória desatou numa arruaça verbal, que de resto já lhe era conhecida, mas não tão baixa.
Estou à-vontade porque votei VL, espero só que o que se passou tenha sido apenas um fair divers!
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