15.11.05

A "arte" da reciclagem em Portugal

REFERIU-SE aqui, recentemente, o calvário por que passam os cidadãos portugueses que, cheios de espírito cívico, querem entregar os seus "veículos em fim de vida" para reciclar-como-deve-ser (e, já agora, receber os 1000 euros com que o Estado lhes acena...).

Nesse seguimento, aqui fica o relato de uma experiência semelhante feito por um leitor:

TENHO algum equipamento (hardware) avariado ou antigo em casa, à espera de algum habilidoso que o queira recuperar ou simplesmente aproveitar as peças.
Tipo um fax, monitores CRT que foram substituídos por LCDs e com imagem meio queimada, 2 meios computadores Pentium II, discos com menos de 1Gb, memórias RAM, etc.

Durante as limpezas e arrumações típicas de fim de férias, a minha mulher "sugeriu" deitar aquela porcaria toda para o lixo de vez!
Até porque já não há pachorra e a garagem parece um monte de entulho.


(Texto integral em «Comentário-1»)

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Imagem: http://www.redeplaza.com.br/images/ferias_reciclagem.jpg

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tenho algum equipamento (hardware) avariado ou antigo em casa, à espera de algum habilidoso que o queira recuperar ou simplesmente aproveitar as peças. Tipo um fax, monitores CRT que foram substituídos por LCDs e com imagem meio queimada, 2 meios computadores Pentium II, discos < 1Gb, memórias RAM, etc.
Durante as limpezas e arrumações típicas de fim de férias, a minha mulher "sugeriu" deitar aquela porcaria toda para o lixo de vez! Até porque já não há
pachorra e a garagem parece um monte de entulho.
A título de curiosidade, refira-se que tenho pavor a deitar coisas fora, inclusive revistas, jornais relatando eventos importantes (entrada euro em vigor, 11 Set 2001, guerra do golfo, etc.) e que vou guardando com alguns artefactos que já ninguém usa (máquinas de escrever, calculadoras electrónicas com mais de 20 anos, algumas mecânicas - FACIT - réguas de cálculo, miniaturas diversas, lembranças e recuerdos parolos de vários locais, quadros "desclassificados" (gravuras antigas ou com molduras meio partidas), enfim, uma das mais completas colecções de lixo particular da Europa!
Após a "ameaça", e dando uma de ecologista, decidi tentar encontrar alguém interessado em reciclar ou dar melhor uso aos artefactos electrónicos, recusando-me a deitá-los simplesmente no lixo.
Até porque se tratam de equipamentos com algum volume e repletos de materiais tóxicos.
Procurei na Internet e liguei para uma empresa, da qual me abstenho de dizer o nome, por pudor, que supostamente recupera material antigo, que depois vende a um preço generoso, seja em peças seja em conjuntos completos prontos a usar. Refiro-me concretamente a impressoras jacto de tinta, placas para PC com interfaces já fora de uso (ISA, etc), memórias RAM que já não se vendem (EDORAM, SIMMS antigos), e por aí fora.
A ideia pareceu-me genial. O único senão é a empresa ser de um local um
pouco distante, o que iria obrigar a uma deslocação propositada (e o
correspondente consumo de combustível fóssil, a preço de ouro!) e a perda de tempo associada. Mas estava disposto a tudo, em nome da defesa do ambiente.
Liguei então, para a dita cuja empresa. Atenderam-me simpaticamente do outro lado, e após a minha exposição, disseram que sim, que fazia muito bem. Teria apenas de pagar uma pequena taxa de reciclagem, pelo que poderia solicitar um orçamento para o efeito.
- "O quê?!?" - exclamei - "Quer dizer, para que vocês fiquem com um equipamento antigo, para aproveitarem eventualmente peças ou, juntamente com outras recuperadas, reconstruir e criar aparelhos que depois vendem no mercado, eu terei de pagar?"- "Sim, claro. Somos uma empresa privada, temos as nossas despesas..." - replicaram "Ok. Já percebi." - disse - "Entre deitar fora para o lixo um volume de equipamento electrónico, com metais pesados, materiais perigosos e tóxicos, ou enviá-lo para reciclagem e eventual reparação, tendo de pagar ainda por cima, acho que já sei o que vou fazer. Muito obrigado".
E desliguei.
À noite, já depois do lusco-fusco, para os vizinhos não verem, lá fui sorrateiramente colocar um fax, uma impressora multi-funções, dois velhos PC tipo tower, dois monitores de 15" e 17" e uns caixotes cheios de placas, discos e memórias velhas ao lixo. Com vergonha por não estar a contribuir para melhorar o ambiente e fazer cumprir o protocolo de Quioto.
Lembrei-me então das crónicas da Inforfobia e do Jeremias (?) que resolveu "vender" para reciclar os velhos Spectrum e no fim ainda teve de pagar para que os levassem...

João E. Almeida

15 de novembro de 2005 às 09:01  
Anonymous Anónimo said...

Escondido no segredo dos Deuses, existe um centro de reciclagem da Valorsul onde qualquer pessoa pode ir depositar materiais para reciclagem. Nesse local pode-se reciclar (ou pelo menos pôr em contentores, o que acontece depois já não posso saber) materiais que não podem ser colocados nos "vidrões", como madeira ou material electrónico. O sítio fica ao pé do novo golfe de Odivelas(!), e pode-se (com algum esforço) encontrar a localização no site da empresa.

Na entrada do recinto está um segurança que pede os dados pessoais para fazer os depósitos, como morada e nº de telefone. Viva a burocracia!

Sugestão: por milagre, não é pedido o BI...

15 de novembro de 2005 às 09:48  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Quando apareceram empresas para reciclagem de pneus, pareceu uma boa ideia, pois eles ganhavam dinheiro e livravam o país dessa praga.

Só que, tanto quanto li na altura, as pessoas que levavam lá os pneus é que ainda tinham de lhes pagar...

15 de novembro de 2005 às 09:58  

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