«Crer» é poder

É FREQUENTE ouvirmos conversas deste tipo:

- Não acredito que a nossa Selecção ganhe o Campeonato.

- Então, se não queres que Portugal ganhe, não és patriota!

Estas últimas 10 palavras revelam dois equívocos:

Um primeiro consiste em pensar que a honra da Pátria pode estar entregue a uma dúzia de jovens do pontapé-na-bola. Muita gente acredita nisso, mas também não é daí que vem mal ao mundo.

Um segundo é de outra natureza, porque revela uma falta de compreensão do indignado interlocutor face ao que o primeiro disse:
Este limitou-se a dar uma opinião, talvez mesmo a constatar um facto: pelo que ele conseguiu apurar da realidade, não lhe pareceu provável que a tal vitória venha a ter lugar - e foi totalmente omisso quanto ao que desejava que sucedesse.

Mas o outro, pessoa de raciocínios primários, confundiu as duas coisas:

Para ele, «crer» e «querer» são exactamente o mesmo (*) - porventura resquícios de problemas de ortografia dos tempos de infância...

Recentemente, também eu fui vítima dessa incompreensão tonta:

Ao afirmar que, pelo caminho que leva, a Esquerda vai dar de bandeja a vitória a Cavaco Silva, cérebros menos maleáveis entenderam isso como sendo a minha vontade!

Mas talvez seja por isso que uma pesquisa de imagens em «confusão» deu como resultado, entre outras, esta que aqui fica.
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(*) Entraria aqui aquilo a que se chama o «wishful thinking»