20.11.05

«Literatura de aeroporto»? Todos os males fossem esses!

ESTA semana, um crítico literário do «Expresso» referia que os livros de Dan Brown fazem parte da chamada "literatura de aeroporto".

Chamem-lhe o que quiserem, mas o certo é que o raio do homem tem tanto jeito que, uma vez começando a ler os seus livros (que até nem são tão maus como isso!), é quase impossível parar...

Como se sabe, isso aconteceu com o «Código Da Vinci» e repetiu-se com o (muito semelhante) «Anjos e Demónios». O mesmo sucede agora com este (escrito em 2001).

À beira de uma eleição presidencial onde vale tudo, os gastos exorbitantes da NASA (que têm a cobertura do Presidente em exercício) são usados como arma-de-arremesso pelo candidato da Oposição. Simplesmente, um satélite de observação geológica descobre algo muito estranho enterrado a 60 metros de profundidade num glaciar, algures no Ártico... e isso pode mudar tudo!

9 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Confrontados com livros que são "best-sellers", há dois tipos de tontinhos:

Os que os lêem SÓ PORQUE SÃO best-sellers e os que se recusam a lê-los SÓ PORQUE SÃO best-sellers.

(Estes últimos devem recusar-se a ler A Bíblia, Os Lusíadas, a obra do Saramago...)

20 de novembro de 2005 às 18:22  
Anonymous Anónimo said...

Pessoalmente, ja tentei ler todos os livros de Dan Brown, mas ainda nao consegui acabar nenhum. Porquê? Sao muito previsiveis, os personagens nao variam de livro para livro, os factos sao adulterados à medida das teorias do escritor (sendo que muitas das suas teorias sao adaptaçoes de outras obras, de Umberto Eco entre outros, ou mitos que persistem ja por seculos). De facto, estamos perante um livro de leitura de aeroporto (Onde por acaso eu e a grande maioria das pessoas que conheço os adquiriu e leu!), sem grande conteudo mas que funciona como um bom entretenimento para grande parte dos leitores. Gostos nao se discutem! Classificar as pessoas de tontinhos de acordo com o ler ou nao um livro nao me parece proprio da parte de alguém que tanto luta contra os adolescentes com pouca educaçao que tanto pululam pela blogosfera.

21 de novembro de 2005 às 14:25  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Caro Anónimo das 2:25PM:

EU NÃO FALEI EM «Classificar as pessoas de tontinhos de acordo com o ler ou nao um livro»!!!

O que escrevi tem a ver com os que
usam como ÚNICO critério (para recusar ou ler um livro) o facto de ele ser ou não ser best-seller.

21 de novembro de 2005 às 16:02  
Anonymous Anónimo said...

Caro CMR,

O que escreveu não devia precisar de explicação nenhuma, pois o que disse é absolutamente certo e evidente.
Quem é que pode não achar tonto o 1º interlocutor dos seguintes dois diálogos...?

-Quero ler esse livro.
-Porquê?
-Porque toda a gente o lê; só por isso
.

Ou:

-Recuso-me a ler esse livro.
-Porquê?
-Porque toda a gente o lê; só por isso
.

D.Ramos

21 de novembro de 2005 às 16:23  
Anonymous Anónimo said...

Ou seja, critérios da exclusiva responsabilidade das pessoas que os utilizam! Para a maioria podem parecer descabidos, mas... cada cabeça...
Existem tantos bons livros para ler que se tem de utilizar algum crivo. Este pode até nem ser disparatado, basta ver o que se passa com os grandes "blockbusters" de hollywood, todos "best-sellers" em termos de bilheteira, mas...
Como sempre, muito obrigado pela possibilidade de comentar os seus "posts".
Quanto ao amigo D.Ramos, obrigado pelo esclarecimento, mas eu também sei ler e apreciar que o que foi escrito é bem claro, no certo é que discordo. A titulo de exemplo, os livros de Dan Brown nao sao os primeiros nem serao certamente os ultimos que li, ou vou ler, apenas porque foram best-sellers, pois foi assim que deles tive conhecimento. Serei eu tonto?

21 de novembro de 2005 às 17:50  
Anonymous Anónimo said...

Quanto a mim, as 2 situações não são equivalentes:

Por exemplo, por razões de estudo sociológico, uma pessoa pode estar interessada em «ler um livro que toda a gente anda a ler» (ou ver um filme que toda a gente vai ver, etc).

O inverso (não ler, só porque muita gente leu), parece mais difícil de defender. Se assim fosse, essa pessoa nunca leria a Odisseia, nem o D. Quixote, nem...

21 de novembro de 2005 às 18:03  
Anonymous Anónimo said...

Os livros de Dan Brown são apenas livros de ficção e mistério que, dentro do género, são bem escritos e interessantes.

Mais nada.
Quem gosta, lê; quem não gosta, não lê.

Ou haverá "algo mais", que justifique tanta fúria, a ponto de Umberto Eco dedicar espaço e tempo a desancar o Código Da Vici, p. ex?

Já se conhecem as reacções disparatadas da Igreja, mas a essa gente tudo faz confusão à cabecinha: até a obra de Galileu teve de esperar pelo fim do Séc. XX para ser aceite...

21 de novembro de 2005 às 18:33  
Anonymous Anónimo said...

No ritmo e no estilo os livros de Dan Brown são muito semelhantes aos Michael Crichton (e este, "Conspiração", até tem particulares semelhanças devido ao tema da tecnologia de ponta).

Curiosamente, os primeiros põem muita gente aos saltos; os segundos, não. Alguém me explica porquê?

R.M. Sousa

21 de novembro de 2005 às 20:01  
Anonymous Anónimo said...

R.M.Sousa,

Com verdades, ou com mentiras ou com simples ficção, Dan Brown abordou uma coisa "que não devia": falou de Cristo, da Igreja Católica e pôs em causa verdades oficiais. É uma atitude que ao longo dos séculos já matou milhões de pessoas e que ainda é perigosa.
Os livros que apareceram depois a comentar e a "completar" o Código" também mexeram "onde não deviam mexer".
O assunto enerva muito boa gente, e a "solução" é desacreditar o homem dizendo que é mau escritor.
Talvez seja, mas de maus escritores está o mundo cheio, e só deste é que se fala!
Outra coisa, para quem não saiba:
«Anjos e Demónios» foi cá publicado depois do «Código» mas foi escrito antes. É uma especie de "rascunho" (tais são as semelhanças).
«A Conspiração» não tem rigorosamente nada a ver com eles, e podia ter sido escrito pelo M. Crichton. É um livro interessante e onde se aprendem algumas coisas sobre a NASA, a Casa Branca, a exploração comercial do Espaço, os "lóbis" associados, etc.
Mas, como é evidente, "o assunto só interessa a quem interessa".

A.M.M.

22 de novembro de 2005 às 09:21  

Enviar um comentário

<< Home