12.2.06
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10 Comments:
Caro CMR,
Surpeende-me que dê visibilidade a este tipo de "humor" que não passa de uma profunda desonestidade intelectual. Neste cartoon o que há é apenas um elogio a quem come e cala, e profundo ressentimento contra toda a gente que acha que merece mais e como tal protesta e faz alguma coisa pelos seus direitos. Por esta lógica ninguém tinha o direito de reclamar ou protestar sobre o que quer que fosse, afinal há sempre à mão sem-abrigos para servirem de termo de comparação. Os sem-abrigo devem ser ajudados a sair dessa situação, não ser usados como arma de arremesso.
Caro Rui,
Sugiro-lhe a obra do grande cartoonista Stuart de Carvalhais, em grande parte feita em torno dos mendigos e dos sem-abrigo de Lisboa.
Para já não falar de Steinlein (cartoonista), de Bunuel e Charlot(cineastas), etc. etc. que fizeram humor recorrendo aos sem-abrigo.
Tudo depende da forma como o tema é abordado, evidentemente.
É óbvio que este cartoon de Sergei não tem ponta de maldade.
D.R.
Caro CMR,
Não interpretou bem as minhas palavras. Se reler o meu comentário verá que eu não digo que os sem-abrigo não devem ser caricaturados, digo apenas que não devem ser usados como armas de arremesso. Dentro do espírito do "humor" deste "cartoon" poder-se-ia imaginar um pescador indignado porque não tinha autorização para pescar e um mendingo dizendo-lhe "ao menos ainda tem um barco para vender...", ou um engenheiro em protesto contra um despedimento colectivo e um mendigo ao lado dizendo-lhe "ao menos ainda vai receber uma indemnização...".
Ora isto não é a crítica social que Stuart e outros tão bem sabiam fazer, subjacente ao "cartoon" que aqui divulgou há apenas uma determinada agenda política e isso não vê quem não quer. Duvido que tenha hipótese de um dia divulgar um "cartoon" semelhante, vindo da mesma fonte, com um juiz homossexual em protesto por lhe negarem o direito ao casamento e um mendigo a seu lado dizendo-lhe "Ainda bem que não estou na sua pele Doutor... Ao menos eu posso-me casar...".
Faz parte do B-A-BA do humor a utilização de contrastes, e foi o que Sergei fez, colocando lado-a-lado os dois extremos da nossa sociedade: um exemplar dos mais poderosos e um dos mais desfavorecidos.
Qual é o problema?
Rosário
Ler os comentários de Rui é ler a aversão com que andamos, em Portugal, ao mais leve apelo de humor. Rui diz que é preciso raspar com a unha por cima do cartoon para lobrigar as tortuosas intenções do cartoonista; é preciso não nos "deixarmos iludir", é preciso estar atentos e vigilantes... o eixo do mal está à espreita, a reacção não pode passar, blá-blá-blá. E digo isto honestamente convencida das mais rectas intenções de Rui, da pureza das envelhecidas, cinzentonas e bolorentas crispações da vigilante atenção de Rui. Estamos cheios de Ruis, chamem-se eles progressistas, fachos, saudosistas ou new citizens. Ó moralismos pacóvios, inteligentes ou sebentos - deixem-me rir com um cartoon sem olhar para o lado à espera de ouvir o vozeirão do inteligente censor! Deixem-nos rebentar com as coisas, bolas. Deixem-nos beber ar puro! como berrou o Torga. Fogo! Voçês, quarentões, cinquentões, construíram um Portugalão carrancudo e hipócrita, fiquem nas vossas tocas, percebam que os tempos já não vos pertencem. Eh! Eh! Eh!
É lamentável este anónimo processo de intenções que está no anterior comentário. À falta de argumentos para desmentir o que escrevi argumenta-se à volta do que não escrevi. Está bem no espírito da desonestidade intelectual do cartoon, é natural a sintonia.
Apenas uma nota: a crítica directa às greves claríssima no cartoon é essa sim um sinal de um Portugal cinzentão e hipócrita, que espero que nunca mais volte, apesar dos inúmeros admiradores que por aí escrevem e desenham.
Desculpem lá, mas esta conversa não tem pés nem cabeça.
M.L.Sousa
Este post e' muito subtil:
Qd o leitor pensa que a anedota e' o cartoon, afinal a verdadeira piada encontra-se nos comenta'rios
Com tantas coisas interessantes que há por aí, e estão a perder tempo com tontices. Simplesmente ridículo.
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