Digam-nos que não é verdade, por favor!

«O REGISTO Individual do Condutor, onde constam todas as transgressões cometidas pelos cidadãos com carta de condução, tem sido alvo de falsificações. Em cerca de nove milhões de dados registados entre 1994 e 2004, cerca de um milhão sofreu alterações. Nuns casos, as infracções foram propositadamente atribuídas a outros condutores. Noutros, foram pura e simplesmente eliminadas.

«O caso está há três anos a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), com a coordenação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal do Ministério Público. Há suspeitas de corrupção, prevaricação e falsidade informática, mas alguns dos crimes estão em risco de começar a prescrever, dada a morosidade destas investigações.

«As autoridades já concluíram que as inúmeras falsificações do registo aconteceram pela mão de funcionários da Direcção-Geral de Viação (DGV) em todo o país. No inquérito, estão a ser apuradas as eventuais responsabilidades dos próprios dirigentes, nomeadamente, António Nunes (ex--director-geral e actual presidente da Autoridade Nacional de Saúde) e Carlos Mosqueira (um dos subdirectores-gerais que se mantém em funções).
«No processo reunido pela PJ e Ministério Público constam já escutas telefónicas e análise de contas bancárias destes dirigentes.

«O Registo Individual do Condutor foi criado em 1994 e é gerido em regime de “outsourcing” por uma empresa privada, a Edinfor.

[SEMANÁRIO «SOL», citado no «metro» de hoje»]