20.11.06

A propósito do "post" anterior


TODA A GENTE conhece, pelo menos de nome, o Princípio de Peter - a mais famosa análise sobre a incompetência até hoje feita -, mas pouca gente sabe que não foi ele que escreveu o livro com esse título. Quem o fez foi um tal Raymond Hull, a partir de apontamentos de Laurence Peter.
Mais tarde, porventura vendo que o tema se vendia, Peter retomou o assunto com «Análise de Peter» e «O Receituário de Peter» que, no entanto, pouco adiantam em relação ao primogénito.
Curiosidade: segundo diz quem sabe destas coisas, na capa da edição portuguesa de «Análise de Peter», onde está POR QUE deveria estar PORQUE.

3 Comments:

Blogger José Carlos Mendes said...

Só se me ensinaram mal, há muitos anos atrás.

Primeiro: é uma interrogativa, mesmo que não tenha o ponto de interrogação. Não é em todo o caso uma afirmativa ou conclusiva: isso acontece porque corre sempre tudo mal (por exemplo).

Segundo: a frase é elíptica.
Completa seria:

Por que razão corre sempre tudo mal?

Sem a palavra razão, fica então:

Por que corre sempre... etc.

Foi isto que me ensinaram.

21 de novembro de 2006 às 06:02  
Anonymous Anónimo said...

"Por que razão corre tudo mal", está correcto
A palavra razão dá ao “por que” o sentido de “razão pela qual”, o seu verdadeiro significado.

Sem a palavra razão deve escrever-se “Porque corre tudo mal”.
O sentido é “Corre tudo mal porquê?”

O “porque” substitui o “porquê” de uma pergunta em abstracto.

O “por que” não é uma pergunta, mas sim a indicação de uma causa, certa ou provável, que está associada à palavra a que se refere o “que”, esteja essa palavra colocada depois ou antes desse “que”.

No exemplo acima, a palavra razão vem a seguir ao “que”, mas neste outro exemplo, “o motivo por que não votei em Sócrates”, a palavra “motivo” vem antes do “que”.

Aliás, fosse lá como fosse, nunca votaria em Sócrates ...
E a partir de agora também não votarei em Cavaco Silva ...

Jorge Oliveira

21 de novembro de 2006 às 07:35  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Jorge Oliveira tem razão.

Durante muito tempo, também defendi o que diz José Mendes, na medida em que "razão" está subentendido.

O assunto foi aqui discutido há quase 2 anos porque apareceram dois livros da mesma colecção que, nos respectivos títulos, indicavam as duas formas diferentes!

Veja-se, então:

http://sorumbatico.blogspot.com/2005/01/lngua-traioeira-4.html

onde está a resposta de Edite Estrela à questão.

21 de novembro de 2006 às 09:04  

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