Um filme a ver - ou antes: a não perder
A ultra-famosa fotografia que se vê em segundo plano tem várias características, que acabam por ser o essencial do livro «As Bandeiras dos Nossos Pais», obra que inspirou o filme homónimo de Clint Eastwood:
A primeira é que não se vêem as caras dos soldados.
A segunda é que foi erguida no 5º dia da longa batalha de Iwo Jima (e não no fim), não sendo, pois, a bandeira-da-vitória, como mais tarde foi propagandeado.
A terceira é a mais importante:
Quando os soldados conquistaram o cimo do monte, arvoraram uma bandeira norte-americana. No entanto, houve um oficial que quis ficar com ela, pelo que se procedeu à sua substituição por outra maior. Houve, pois, uma repetição do acto simbólico, mas desta vez com direito a fotógrafo - e foi esse segundo momento que ficou imortalizado, nunca perdendo um certo sabor de encenação.
O filme narra com impressionante realismo o desembarque e os primeiros dias da batalha, e é implacável na denúncia do que se seguiu - "uma palhaçada", no dizer dos principais intervenientes:
Os três sobreviventes (um deles, índio - e esse facto é importante) são transformados em produto descartável para angariação de fundos, tentando a todo o custo omitir-se que o acto não foi o original e muito menos o momento da vitória.
Em Fevereiro, teremos aí um outro filme, «Cartas de Iwo Jima», também de Clint Eastwood, onde se narra a mesma batalha - mas vista do lado dos japoneses. Quem já o viu garante que não fica atrás deste.
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NOTA: Se alguém quiser comentar aqui o filme... Força!
1 Comments:
Na legendagem, além da habitual e "inevitável" barafunda entre os "porque" e os "por que" (é quase ao calhas...), apenas dei conta de uma pequena gralha:
Quando um dos soldados pede a outro que seja seu padrinho de casamento, este pergunta-lhe se não tem mais ninguém a quem PEDIR (ASK). Este "ASK" é traduzido por "perguntar". Nada de grave.
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