7.2.07

Chamar nomes

É INCORRECTA A ADOPÇÃO dos termos teutões, transalpinos e gauleses para designar alemães, italianos e franceses. Tal como chamar Holanda e Holandeses aos Países Baixos e aos Neerlandeses. É incorrecto e não é justo.
Estes nomes são muito utilizados no jornalismo em geral e no desportivo em particular. Para falarem de alemães, italianos ou franceses vão buscar uma tribo germânica, originária da Jutlândia (Norte da Alemanha) que foi vencida pelos romanos em Aquae, Aix-en-Provence, 102 anos antes de Cristo; aqueles que ficam para lá dos Alpes; e uma tribo que na Gália se opôs aos romanos e resistiu à ocupação das legiões de César. Holanda é uma região dos Países Baixos e holandeses os seus habitantes.
Certamente que não gostaríamos que, para se referirem a nós, Portugueses, nos chamassem celtiberos, suevos, mouros, visigodos ou mesmo ibéricos, como o presunto. Pelo mesmo critério, poderíamos ser tudo isso, tal como ainda poderiam chamar-nos alentejanos e dizer Alentejo, em vez de Portugal, como nós designamos os neerlandeses por holandeses e os Países Baixos por Holanda. Pormenores...
«25ªHORA» - «24 horas» 6 Fev 07

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1 Comments:

Blogger Raquel Sabino Pereira said...

Sim, pormenores, mas muito importantes!...

Será igualmente incorrecto chamar «Bardúlia» a Espanha e «bárdulos» ou «bardos» à sua população?

«Depois de referir que Plínio fala de Bardúlia, nome antigo dado ao espaço territorial ocupado por Castela, Fernando Oliveira chama “bárdulos” a homens precipitados e irreflectidos e “bardularia” ao comportamento feito de aldrabice e mentira», José Eduardo Franco in «O Mito de Portugal», sobre a vida do Pe. Fernando Oliveira (ou Fernão de Oliveira), um dominicano que viveu no séc. XVI e a sua visão daquilo que foi a fundação de Portugal.

Fernando Oliveira destacou-se como grande Homem do Renascimento, um humanista, sendo ele autor de variadíssimas obras cobrindo temáticas diversas como a Náutica (Ars Nautica), a Gramática (Grammatica da Lingoagem Portuguesa) ou a História (História de Portugal e Livro da Antiguidade, Nobreza, Liberdade e Imunidade do Reino de Portugal).

No penúltimo caso, trata-se mesmo da primeira "História de Portugal" de que há registo, afastando-se das Crónicas, e tentando relatar os eventos históricos que imprimiram a Portugal a sua Identidade, desde tempos bíblicos até aos seus dias.

in «Blogue das Causas», post de 16-Jan-2007 [http://blog-de-causas.blogspot.com/2007/01/jos-eduardo-franco-no-2-encontro-debate.html]

7 de fevereiro de 2007 às 15:18  

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