2.2.07
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3 Comments:
António José Teixeira no «DN» de hoje:
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Manuel Pinho não gosta de passar despercebido. Está no seu direito. Também por isso não deve estranhar a crítica. As declarações do ministro da Economia na China valorizando os baixos custos salariais portugueses tiveram o condão de provocar um consenso alargado de indignação. Até o PS não conseguiu disfarçar o incómodo.
O que disse o ministro é verdadeiro. Ninguém o contesta. Se alguém tivesse vontade de o contestar seria talvez Manuel Pinho ou os empresários portugueses. E os empresários apenas contestaram o ministro. A valorização dos baixos salários não é discurso governamental nem empresarial à mesa da concertação social.
Para os chineses o argumento dos baixos salários como vantagem comparativa é irrelevante. Não porque sejam insensíveis a este factor. Pelo contrário. Mas porque não precisam que Manuel Pinho o explique. Se estiverem interessados em investir em Portugal - e parece que estão - sabem fazer o seu trabalho de casa. Como ficaram a saber que o ministro com as suas declarações é ele próprio um factor de instabilidade laboral.
Nenhum português gosta de ouvir um responsável governamental elogiar o nosso baixo nível de vida. A valorização dos baixos salários como factor de competitividade é contraditória com o modelo de de-senvolvimento defendido pelo Governo. Liga mal com planos tecnológicos. Alguns dirão que todos estes argumentos remetem para o politicamente correcto. E que no leilão do investimento internacional todos os argumentos são bons desde que produzam resultados concretos. O problema é que no reino global do pragmatismo a China vai mais depressa para África, o que está a acontecer, do que para Portugal. E quando se decide pelo nosso país, quando escolhe Sines, por exemplo, não é pelos baixos salários, mas pela posição estratégica. Boa parte das empresas chinesas instaladas no estrangeiro recrutam trabalhadores chineses, ainda mais baratos. Não deixa de ser uma ironia da globalização quando Portugal fala em baixos salários à China...
O disparate de Manuel Pinho não é o primeiro, nem o segundo, nem o terceiro. E quando os tenta emendar costuma reincidir. Foi o que fez ontem ao chamar aos sindicatos "forças do atraso". As frases de Manuel Pinho até serão fait divers. Não chegam para julgar o Governo. Mas minam a sua credibilidade. O problema da "verdade" do ministro não é a sua inconveniência. É pelo menos a aparência que transmite de "não saber o que diz". Até quando José Sócrates estará disposto a ficar pela desvalorização do seu ministro? Os tiros no pé não ajudam, mesmo quando José Sócrates parece eficaz. Talvez o jogging e a camisola de Ronaldo se sobreponham às tiradas do ministro...
O problema não foi dizer a verdade. Foi usá-la como "a cereja em cima do bolo" e tentar meter o bolo na boca dos chineses que até preferem arroz e soja. Por enquanto....
Caro "anônimo"
Tem toda a razão!
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